Antiga agente da CIA quer comprar o Twitter para banir Trump

Campanha já reuniu 50.000 dólares. O objectivo é atingir os 1000 milhões de dólares.

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Valerie Plame Wilson actuou como operacional infiltrada /Larry Downing /Reuters
Valerie Plame Wilson actuou como operacional infiltrada
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Valerie Plame Wilson actuou como operacional infiltrada Reuters/VINCENT KESSLER

Uma antiga agente da CIA, Valerie Plame Wilson, lançou uma campanha de recolha de fundos para comprar a rede social mais utilizada pelo Presidente dos Estados Unidos. O objectivo da aquisição do Twitter será banir Donald Trump.

Esta semana, Wilson, que actuou como operacional infiltrada dos serviços secretos norte-americanos, pretende adquirir uma participação da rede social suficiente para que tenha poderes para expulsar Trump da mesma. Na página da internet onde foi lançada a campanha, a GoFundMe, a antiga agente dá exemplos de tweets do Presidente afirmando que este está a pôr em causa a segurança do país, colocando-o, por exemplo, à beira de uma guerra nuclear com a Coreia do Norte, que “encorajou” os supremacistas brancos ou que “promoveu a violência contra jornalistas”. "Donald Trump fez muitas coisas horríveis no Twitter”, conclui.

O objectivo é chegar aos 1000 milhões de dólares (quase 850 milhões de euros). Em oito dias de campanha, foram recolhidos mais de 50.000 dólares (cerca de 42.000 euros), por mais de 1700 pessoas.

O Los Angeles Times fez as contas para perceber se o montante pedido é suficiente para ganhar controlo do Twitter. O que concluiu é que mesmo que Wilson o conseguir ficará ainda longe dos 6000 milhões de dólares necessários para adquirir a rede social, de acordo com o valor das acções actual.

Mesmo assim, a antiga agente diz que se não conseguir recolher os fundos necessários vai explorar outras opções para controlar a empresa e todo o montante reunido, ou aquele que sobrar de uma eventual compra do Twitter, será doado à organização sem fins lucrativos para a prevenção do conflito nuclear chamada Global Zero.

A verdade é que a Casa Branca reagiu já a esta intenção. Em resposta ao Los Angeles Times, a porta-voz Sarah Huckabee Sanders destacou o baixo valor até agora alcançado e afirmou que a “tentativa ridícula [de Wilson] de apagar a sua 1ª emenda [da Constituição dos EUA] é a única clara violação e expressão de ódio e intolerância”. O Twitter, por sua vez, ainda não comentou o caso.

A identidade de Wilson foi conhecida em 2003 através de uma fuga de informação de um membro da Administração de George W. Bush numa tentativa de descredibilizar o seu marido, Joe Wilson, um antigo diplomata que criticou a decisão do então Presidente de invadir o Iraque.

Wilson viria a deixar a CIA em 2005. Mas o caso ganhou tal notoriedade que inspirou o filme, estreado em 2011, intitulado Fair Game, com Naomi Watts, que interpretou o papel de Wilson, e com Sean Penn, que interpretou o marido.

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