Google quer ajudar utilizadores a identificar sintomas de depressão

Em breve, pesquisar sobre "depressão" no Google revelará um questionário de autodiagnóstico. A ferramenta está a ser experimentada nos Estados Unidos.

Actualmente, uma em cada 20 pesquisas no Google são sobre saúde
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Actualmente, uma em cada 20 pesquisas no Google são sobre saúde Reuters/ALBERT GEA
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O novo questionário vem complementar o painel de informação sobre depressão clinica Google

O Google está a mudar a forma como responde a pessoas que procuram informação sobre depressão: em breve, pesquisar a palavra ou o tema no motor de busca vai desvendar um questionário que os utilizadores podem preencher para ver se têm sintomas da doença e devem procurar ajuda médica.

A funcionalidade começou a ser testada nesta quarta-feira nos Estados Unidos, com o Google a confirmar ao PÚBLICO que, por enquanto, é exclusiva ao mercado norte-americano. Para garantir que a informação é valida, o motor de busca colaborou com a Aliança Nacional para a Saúde Mental (NAMI), um grupo de advocacia norte-americano que apoia famílias e pessoas afectadas com distúrbios e doenças mentais. Os resultados do teste devem ajudar as pessoas a ter uma conversa mais informada com um médico.

“Ao carregar na opção ‘Verifique se está clinicamente deprimido’, os utilizadores podem preencher um autodiagnóstico privado para determinar o nível de depressão", explica a directora da NAMI, Mary Giliberti, num comunicado. "Esperamos que ao disponibilizar esta informação no Google, mais pessoas se tornem conscientes do que é a depressão e procurem tratamentos que as ajude a recuperar e melhorar o seu nível de vida", acrescenta Giliberti.

Actualmente, uma em cada 20 pesquisas no Google são sobre saúde. O novo teste faz parte dos esforços Google para dar informação médica de qualidade aos seus utilizadores: a semana passada, o site lançou um “contador de pólen” (para medir os níveis no ar em algumas zonas e ajudar pessoas com alergia a evitá-las), em Março revelou a intenção de criar "o Google Maps, mas para a saúde" (uma plataforma digital com informação médica de voluntários que permite analisar o processo que leva alguém saudável a ficar doente, para detectar pistas que os médicos estão a ignorar), e em 2016 lançou uma calculadora do índice de massa corporal. Desde 2015, que o Google também inclui um painel de informação (na versão internacional do motor de busca) no lado direito dos resultados de pesquisa sobre doenças (como alzheimer, dor crónica, depressão clínica), com informação revista por uma equipa de médicos.

O novo questionário vem complementar o painel de informação sobre depressão clinica: segue a estrutura do PHQ-9, um instrumento de diagnóstico inicial da depressão com nove questões. Inclui perguntas sobre o apetite, energia, concentração e pensamentos comuns das pessoas. Porém, a equipa do Google acentua que a informação não são “conselhos médicos”, e que é importante contactar um profissional real caso a pessoa esteja preocupada com a sua saúde (em vez de estar meramente a pesquisar informação). 

O Google não é a única empresa a tentar ajudar os seus utilizadores a identificar sintomas de depressão. Em Março, o director do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que a rede social estava a testar inteligência artificial para identificar sinais de alarme em publicações de alguns utilizadores.

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