Incêndios: câmara de Vila Real acciona Plano de Emergência Municipal

Segundo o site da Protecção Civil, estão 12 incêndios por controlar em todo o país.

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LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA/Arquivo

A autarquia de Vila Real activou esta quarta-feira à noite o Plano de Emergência Municipal na sequência do forte incêndio que rodeia a Serra do Alvão, em Vila Real, e que já concentra mais de 300 operacionais.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse à agência Lusa que o Plano de Emergência foi accionado cerca das 21h00 e que foram retirados habitantes das aldeias de Couto, Relva e Alto de Borbela, sem, contudo, especificar o número de pessoas. Estes habitantes destas aldeias que estão na rota do fogo vão ser alojados nas instalações do Regimento de Infantaria 13, em Vila Real.

Rui Santos perspectiva ainda uma "noite longa" devido ao incêndio que lavra na serra do Alvão, pediu à população para estar atenta e mostrou-se perplexo com outro fogo que deflagrou ao final da tarde.

Rui Santos, que falava aos jornalistas no bairro do Bacelar, em Lordelo, onde as chamas se aproximaram das casas, fez um ponto da situação deste incêndio que deflagrou às 16h27. "Estamos obviamente muito preocupados porque caiu a noite. Os meios aéreos não podem actuar à noite e o vento é muito forte, com sentidos variados e com projecções de faúlhas a uma distância considerável e alguma imprevisibilidade no sentido em que caminhará o incêndio", afirmou.

Apesar das dificuldades no combate ao fogo, o autarca quis deixar uma mensagem de tranquilidade e pediu à população para se manter atenta. "Os meios estão no terreno, estamos a retirar aqui e ali uma ou outra pessoa de forma pontual, pessoas que tenham debilidades e afectadas pelo fumo. Será uma noite muito longa, mas temos esperança de que os meios que temos no terreno possam evitar o pior", frisou.

Rui Santos revelou preocupações com todas as localidades desta encosta da serra, precisamente "pela incerteza do vento e pela incerteza dos lados para que o vento vai mudando". "Lamentamos obviamente que, por volta das 19h00, tenha o ocorrido um novo incêndio na Pena, do lado oposto ao sítio onde deflagrou este, o que nos deixa obviamente perplexos, mas estamos a tentar fazer o nosso melhor", sublinhou.

Para o terreno foram mobilizados 365 operacionais, apoiados por 100 viaturas e ainda máquinas de rasto.

"Tudo faremos para que os prejuízos sejam minimizados, mas obviamente não podemos garantir nada neste momento", salientou.

Outeiro era, ao início da noite desta quarta-feira, uma aldeia coberta de fumo e onde os residentes olham angustiados para o incêndio que rodeia a Serra do Alvão, em Vila Real.

Cerca das 20h30, alguns dos seus habitantes concentravam-se junto a uma das entradas da localidade, expectantes com a proximidade do fogo, que avançava a grande velocidade, arrastado por um vento muito forte.

Júlio Silva mostrava-se inquieto. Não pára quieto. Já foi buscar o gado que tinha a pastar na serra e trouxe-o para a segurança da aldeia que se encontra na encosta da serra do Alvão. "Infelizmente já vi este filme", afirmou, recordando o grande incêndio que em 2005 queimou uma vasta extensão desta serra perto da cidade de Vila Real. Outros habitantes optaram por regar os quintais das duas habitações, como medida de precaução.

Na entrada da aldeia concentram-se muitos bombeiros. Nas transmissões da rádio é possível ouvir pedidos de descargas rápidas dos meios aéreos para esta zona, onde, segundo a página da Internet da Protecção Civil, o fogo lavra em duas frentes. O alerta para o incêndio foi dado às 16h27, perto da aldeia de Paredes.

O fumo intenso dificultou a actuação dos meios aéreos. Chegaram a estar mobilizados oito aviões e helicópteros para o incêndio que queima mato e pinhal. Os meios estão a ser posicionados perto das aldeias, de Cravelas, Testeira, que foram rodeadas pelo fogo, mas também em Paredes, Borbela e Relva.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse à agência Lusa que está muito preocupação com a situação, já que "há chamas de quatro a cinco metros" e "muitas projecções".

Segundo o site da Protecção Civil, estão activos 54 incêndios de Norte a Sul do país. Destes, 12 estão por controlar – estando a ser combatidos, no total, 1304 operacionais, 381 meios terrestres e sete aéreos –  cinco estão em fase de resolução e 37 estão já em fase de conclusão.

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