FBI fez buscas em casa de Paul Manafort, ex-director de campanha de Trump

Porta-voz do antigo director da campanha presidencial de Donald Trump confirmou a operação, no âmbito das investigações à interferência da Rússia nas eleições dos EUA.

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Paul Manafort deixou a campanha em Agosto, por causa do seu trabalho de consultoria para clientes ucranianos e russos Reuters/Rick Wilking

Um porta-voz de Paul Manafort, o lobbyista com vários interesses na Ucrânia e na Rússia que dirigiu a campanha presidencial de Donald Trump até à sua nomeação como candidato do Partido Republicano, confirmou que o FBI realizou buscas e apreendeu documentos e outro material numa das suas residências, no âmbito da investigação à interferência da Rússia nas eleições de Novembro para a Casa Branca.

“Confirmo que agentes federais executaram um mandado de busca na casa de Paul Manafort em Alexandria. Nesta, como noutras ocasiões, o senhor Manafort colaborou com as autoridades”, afirmou o porta-voz, Jason Maloni, reagindo a uma notícia avançada pelo The Washington Post que dizia que o procurador especial Robert Mueller, que dirige a investigação do FBI, terá participado pessoalmente na operação.

As buscas decorreram às primeiras horas da manhã de 26 de Julho, um dia depois do depoimento de Manafort perante o comité de serviços secretos do Senado, onde corre um outro inquérito às alegadas ligações entre a campanha presidencial de Trump e personalidades ligadas ao Kremlin – uma investigação que o Presidente dos Estados Unidos descreve como uma “caça às bruxas”.

Segundo a imprensa norte-americana, não há nenhuma indicação de que Donald Trump soubesse deste desenvolvimento na investigação do FBI. No entanto, horas depois da operação, o Presidente publicou uma mensagem no Twitter a criticar o Procurador-geral, Jeff Sessions, por este se ter recusado da investigação à Rússia e não ter demitido o director interino do FBI, Andrew McCabe.

Manafort desligou-se da campanha de Trump depois de saber que durante anos tinha recebido milhões de dólares de políticos ucranianos ligados à Rússia e oligarcas russos próximos do Presidente Vladimir Putin. Ao contrário do que determina a legislação, Manafort nunca se registou como representante de um interesse estrangeiro junto do departamento de Justiça.

De acordo com o Wall Street Journal, além de documentos que podem ter a ver com a campanha presidencial, as autoridades estarão também a investigar as declarações fiscais e os registos bancários de Manafort, por suspeitas de lavagem de dinheiro.

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