Economia continuou a dar sinais positivos na entrada do Verão

Confiança dos consumidores a registar novos máximos, expectativas das empresas a subir e desemprego a cair mais do que o previsto. Depois do forte crescimento do primeiro trimestre, a economia portuguesa mantém-se a bom ritmo.

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Confiança dos consumidores está ao nível mais alto de que há registo xx direitos reservados

Ainda vai ser preciso esperar até 14 de Agosto para que sejam conhecidos os primeiros números oficiais para a variação do PIB português durante o segundo trimestre do ano, mas são cada vez mais as razões para acreditar que o país continua, depois de um primeiro trimestre muito forte, a atravessar uma fase positiva.

Os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira voltaram a mostrar uma economia em que se estão a criar novos empregos e em que os níveis de confiança dos consumidores e das empresas estão em máximos.

No mercado de trabalho, anunciou o INE, registou-se em Maio uma criação de mais 25 mil empregos, a que se terá seguido em Junho um acréscimo de 19 mil. Tal contribuiu de forma decisiva para que se registasse uma redução do número de desempregados em 30 mil pessoas em Maio e 17 mil em Junho.

Como consequência, a taxa do desemprego prolongou a tendência de descida que se vem registando, quase sem interrupções, nos últimos quatro anos e caiu para os valores que registava em 2008, quando a crise financeira estava no auge e o mercado de trabalho português estava a meio de um processo de deterioração muito ancentuado.

Em Maio, o que aconteceu foi uma descida da taxa de desemprego corrigida do efeito da sazonalidade, que tinha sido de 9,5% em Abril, para 9,2%. Este valor superou as expectativas, já que há um mês atrás, o INE tinha, na sua primeira estimativa de carácter provisório, avançado para um valor de 9,4% para este indicador.

Para além disso, a autoridade estatística aponta agora para que em Junho a taxa de desemprego prolongue a sua trajectória descendente, chegando ao 9%. Este valor é, no entanto, ainda provisório e, tal como aconteceu relativamente a Maio, pode ser sujeito a revisões dentro de um mês.No que diz respeito aos dados da taxa de desemprego não corrigidos do efeito da sazonalidade, a tendência é semelhante, mas com uma descida ainda mais marcada. Em Maio, o valor registado pelo INE foi de 9%, menos do que a primeira estimativa de 9,2%, representando uma queda de 0,5 pontos percentuais face a Abril. Para Junho, a primeira estimativa do INE é de uma taxa de desemprego de 8,6%. 

Estes dados não corrigidos da sazonalidade podem dar uma indicação mais próxima daquilo que poderá ocorrer aos valores trimestrais do desemprego, para os quais o INE usa uma metodologia diferente. A taxa de desemprego trimestral — que geralmente serve de referência para as previsões do Governo e da generalidade das outras instituições nacionais e internacionais — também não é corrigida da sazonalidade e foi, no primeiro trimestre deste ano, de 10,1%. 

Também esta sexta-feira, o INE publicou os dados da confiança dos consumidores e do clima económico em Julho. E aqui, a tendência também é positiva.

O indicador de confiança dos consumidores aumentou pelo 11º mês consecutivo, reforçando o máximo desta série estatística que foi iniciada em Novembro de 1997. Uma das explicações para este cada vez maior optimismo está precisamente da melhoria do cenário vivido ao nível do emprego, com os portugueses mais seguros da sua capacidade para manter ou obter um emprego. A opinião dos consumidores em relação à evolução económica do país também melhorou de forma significativa, ao passo que a avaliação da situação financeira do agregado familiar o fez de forma mais moderada.

Em simultâneo, o indicador de clima económico, que mede as expectativas dos empresários na Indústria Transformadora, Construção e Obras Públicas, Comércio e Serviços, voltou, pelo sétimo mês consecutivo a subir, atingindo o valor mais alto desde 2002. Os indicadores de confiança aumentaram na Construção e Obras Públicas, no Comércio e nos Serviços, tendo diminuído na Indústria Transformadora, anunciou o INE.

Estes dados podem constituir indícios de que, no segundo trimestre do ano e até no arranque do terceiro, a economia pode vir a beneficiar de novos crescimentos ao nível do consumo e do investimento. A redução do desemprego e a melhoria da confiança dos consumidores podem resultar, em condições normais, numa maior propensão dos portuguesas para realizar mais compras. A melhoria das expectativas das empresas representam um sinal de que mais investimento pode estar para surgir.

No primeiro trimestre deste ano, a economia portuguesa registou um crescimento homólogo de 2,8%, levando várias instituições e corrigirem em alta as suas previsões para a variação do PIB no total de 2017.

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