Maduro proíbe manifestações antes das eleições de domingo

Quatro pessoas morreram em confrontos durante a greve de dois dias promovida pela oposição ao Presidente da Venezuela.

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O Governo venezuelano proibiu as manifestações a partir de sexta-feira. Quem for apanhado a desrespeitar esta decisão tomada nesta quinta-feira pode incorrer em penas de prisão de cinco a dez anos. Os venezuelanos vão domingo às urnas, em eleições da Assembleia Constituinte, marcadas pelo Presidente Nicolás Maduro.

A proibição foi anunciada pelo ministro venezuelano do Interior e Justiça, Néstor Reverol, no mesmo dia em que se soube que há mais quatro mortos a registar em confrontos entre as autoridades e manifestantes da oposição. A medida entra em vigor nesta sexta, quando oposição pretende realizar uma "tomada" da cidade de Caracas, um acto simbólico contra a Assembleia Constituinte promovida pelo chefe de Estado.

"Proíbe-se, em todo o território nacional, as reuniões e manifestações públicas, concentrações de pessoas e qualquer outro acto similar que possa perturbar ou afectar o normal desenvolvimento do processo eleitoral", disse o governante, numa mensagem transmitida pela televisão estatal venezuelana.

Segundo Néstor Reverol "quem organizar, sustenha, ou instigue à realização de actividades dirigidas a perturbar a organização e funcionamento do serviço eleitoral ou da vida social do país será penalizado com prisão de cinco a dez anos". "Vamos ter, em todo o território, activos, 96 pontos para denúncias sobre delitos eleitorais", frisou.

Está proibida também a venda de bebidas alcoólicas e artifícios pirotécnicos, assim como o porte de armas.

A agência Reuters noticia nesta quinta-feira à noite que os dois dias de greve convocados pela oposição se saldam em mais quatro mortos. Um homem de 49 anos morreu nesta quinta, no estado de Carabobo, a oeste de Caracas. Na quarta, primeiro dia da greve, morreram mais três pessoas do sexo masculino, em localidades distintas e com idades de 30, 23 e 16 anos.

A este números a Reuters acrescenta 190 detenções feitas na quarta-feira,

Segundo o ministro 142.000 funcionários dos organismos de segurança estão a ser distribuídos pelo país, para cuidar dos centros eleitorais e as Forças Armadas vão activar zonas de protecção especial temporária, entre as 0h01 locais de sexta-feira, até às 23h50 de terça-feira, 1 de Agosto.

Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 1 de Abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter divulgado duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.

A oposição insiste que a Constituinte acabará com os restos de democracia que existe no país e que será usada pelo Governo para submeter aos interesses cubanos e avançar com um regime comunista ao estilo de Cuba.

Pelo menos 107 pessoas morreram, desde Abril, nesta longa série de protestos, segundo números citados nesta quinta-feira pela agência de notícias Reuters. Além disso, desde Abril terão sido detidas 4800 pessoas, das quais 1325 continuam atrás das grades.

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