Portugal em Locarno, dentro e fora do sistema

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Verão Danado, primeira longa de Pedro Cabeleira
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O festival de Locarno sempre tem prestado uma especial atenção à produção portuguesa – basta lembrar os prémios recentes a João Pedro Rodrigues (melhor realizador no Concurso Internacional em 2016 por O Ornitólogo), Pedro Costa (melhor realizador no Concurso Internacional em 2014 por Cavalo Dinheiro), ou Joaquim Pinto (Prémio Especial do Júri em 2013 com E Agora? Lembra-me). Mesmo assim, não era expectável que 2017 repetisse a “invasão lusa” de 2016, onde o certame recebeu nada menos de 14 filmes produzidos ou co-produzidos por Portugal, dos quais seis nas secções competitivas.

Ainda assim, Portugal está este ano presente com seis filmes na 70ª edição do festival, que tem início quarta-feira, 2 de Agosto, e se prolonga até dia 12. Três dos seis são produções exclusivamente nacionais: no concurso Cineasti del Presente (primeiras e segundas obras), Verão Danado, primeira longa de Pedro Cabeleira (OPTEC/Videolotion), que tem a sua estreia sexta 4 e sábado 5; na competição de curtas Pardo di Domani, António e Catarina, curta documental assinada pela romena Cristina Hanes (Terratreme), exibido dias 10, 11 e 12; fora de concurso, O Homem de Trás-os-Montes, curta de Miguel Moraes Cabral que estreou no IndieLisboa (Garden Films), exibido a 8, 9 e 10. As outras três são co-produções internacionais, de cineastas com nome feito no circuito do cinema de autor e de festivais. Na competição principal, 9 Doigts de F. J. Ossang, cineasta francês que tem longa relação de trabalho com Portugal e que rodou esta nova longa entre nós (co-produção O Som e a Fúria, dias 8 e 9); nos Cineasti del Presente, Milla, segunda longa da francesa Valérie Massadian, autora de Nana (co-produção Terratreme, sábado 5 e domingo 6); e na paralela Signs of Life, que este ano é pela primeira vez competitiva, Era uma Vez Brasília, do iconoclasta brasileiro Adirley Queirós (co-produção Terratreme, sábado 5, domingo 6 e segunda 7).

É uma presença assaz respeitável, tornada mais singular pelo facto dos dois filmes portugueses a concurso serem realizados por jovens cineastas (com a mesma idade, 25 anos) experimentando fora dos sistemas de produção tradicionais. Verão Danado foi essencialmente uma auto-produção no-budget, António e Catarina foi rodado no âmbito de um mestrado de cinema documental. Nas páginas que se seguem, Pedro Cabeleira e Cristina Hanes explicam ao que vêm.

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