Elisa Ferreira: “Falta estabilizar um banco, que é o Montepio”

"A grande diferença entre a banca portuguesa e a banca europeia são os activos não produtivos”, defendeu esta terça-feira a administradora do banco central

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Enric Vives-Rubio

A administradora do Banco de Portugal Elisa Ferreira, responsável pela supervisão bancária, realçou esta terça-feira que durante o último ano houve um reforço de entidades como a CGD, BCP e BPI, faltando vender o Novo Banco e estabilizar o Montepio.

"Falta estabilizar um banco, que não é sistémico mas é prioritário, que é a Caixa Económica Montepio Geral", afirmou Elisa Ferreira durante a audição no Parlamento no âmbito da sua promoção a vice-governadora do banco central português.

A responsável também sublinhou que "falta terminar a venda" do Novo Banco, mostrando-se confiante na conclusão do processo, e considerando que o reforço da CGD, do BCP e do BPI estão concluídos.

Elisa Ferreira, disse aos deputados que integram a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) que, actualmente, "a grande diferença entre a banca portuguesa e a banca europeia são os activos não produtivos [mal-parado ou na expressão inglesa “non performing loans”]", que levam à necessidade de reconhecimento de elevadas imparidades, o que explica a diferença de rentabilidade face aos congéneres europeus.

"Daí a importância de ajudarmos a banca a fazer a limpeza desses activos. O problema é dos accionistas, mas cabe-nos apoiar os bancos nesse processo", destacou Elisa Ferreira.

Segundo a administradora do Banco de Portugal, a entidade liderada por Carlos Costa, o Governo e a Unidade Capitalizar estão "a tentar criar o enquadramento mais adequado para que este processo corra com celeridade". E acrescentou: "A banca está a estabilizar. Isso se deveu ao 'board' de administradores, aos accionistas, e ao esforço colectivo de todos os supervisores".

Elisa Ferreira assinalou ainda que "o esforço que Portugal tem feito tem vindo a ser reconhecido" internacionalmente e lamentou que a construção da União Bancária não esteja ainda concluída. "Não termos a União Bancária completa é um problema gravíssimo", vincou. 

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