Mário Vaz: "Nunca senti da parte do grupo Vodafone intenção de sair de Portugal"

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Nuno Ferreira Santos/Arquivo

O presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, afirmou que nunca sentiu da parte do grupo de telecomunicações internacional a "intenção, vontade de sair de Portugal". Mário Vaz falava enquanto orador convidado do primeiro encontro no âmbito do ciclo Digital Business Dinners 2017 da APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, que decorreu em Lisboa na quarta-feira à noite. "Nunca senti por parte da organização Vodafone intenção, vontade de sair de Portugal", afirmou.

Relativamente ao roaming, Mário Vaz alertou que a operadora vai perder receitas a partir de Junho, com a entrada em vigor das novas regras impostas por Bruxelas. Dirigindo-se a Fátima Barros, que termina o mandato enquanto presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) este mês e é docente na Universidade Católica Portuguesa, Mário Vaz sugeriu que aquela instituição "tivesse uma cadeira sobre roaming" ou até "mestrado". "É uma cadeira muito complexa", considerou, nomeadamente "como implementar as regras que a Comissão Europeia impõe".

Só a título de exemplo, apontou que a Vodafone perdeu no ano passado 150 milhões de euros [de receitas com o roaming] a nível europeu e que o montante para o actual ano fiscal rondará os 300 milhões de euros. "Vamos ter um segundo semestre com impacto significativo no roaming", salientou o gestor.

Mário Vaz criticou a decisão da Anacom relativamente aos mercados 3A e 3B – relativos ao acesso à fibra, salientando que "foi de tal forma penalizante" que acabou por afectar tudo o que de bom tinha sido feito.

Sobre as taxas aplicadas ao sector das telecomunicações, o presidente executivo da Vodafone Portugal disse que independentemente do modelo da gerigonça ou sem ela, o sector "não se livra" das mesmas.

Sobre o 5G, disse esperar que "não haja precipitação" e que o valor a aplicar para a atribuição das licenças "seja razoável", salientando que ainda "há muito a tirar do 4G" e que o "5G é prematuro".

O presidente da subsidiária portuguesa do grupo britânico apontou que os reguladores "têm de ter consciência que os tempos de decisão das organizações não se compadecem com esperas de 12/15 meses", aludindo à questão dos contratos de transmissão de futebol que a Autoridade da Concorrência analisa.

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