Milenais há muitos

Quando emitimos uma opinião que julgamos pessoal, a resposta mais irritante é: "Essa opinião é típica da tua geração." Sobretudo quando é verdade.

As gerações são coisas chatas. Ninguém gosta de pertencer a uma geração. Dá a ideia que fomos todos gerados num mesmo turno da fábrica. Quando emitimos uma opinião que julgamos pessoal, a resposta mais irritante é: "Essa opinião é típica da tua geração." Sobretudo quando é verdade.

Fingir que não sabemos o que é uma geração ("De quando em quando é preciso nascer para pertencer a uma nova geração?") dá para os apertos, mas já não convence.

A Pew Research Center ajuda a definir as gerações. Não sabe, por exemplo, qual é a geração que se segue aos já famosos milenais, porque afirma que os milenais são todos aqueles que nasceram em 1981 ou mais tarde. Ora as minhas filhas nasceram em 1981 e por isso é fácil para mim classificar os milenais: é toda a gente da idade das minhas filhas para baixo. Elas não gostam nada, com razão.

No entanto, a Pew faz sondagens em que compara milenais com "older adults". Estes últimos têm 30 anos ou mais. Lena Dunham, por exemplo, faz 31 anos em Maio e, embora tida como uma uber-millenial, já não o será. A verdade é que há milenais a mais: o que tem uma adolescente de 14 anos a ver com a mãe de 35 anos?

A Pew está obcecada com os milenais: até fez uma sondagem para saber o que achavam da etiqueta milenária (detestam). Tem um teste delicioso – How Millenial Are You? – em que se pode alterar as respostas para obter o resultado que se quer. Vai de 0 a 100 e pretende adivinhar a geração de cada um. Felizmente não consegue. É rejuvenescente.

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