Reestruturação da dívida "não está na agenda" do Governo

O primeiro-ministro diz que não entende o que Passos Coelho quer dizer quando acusa o Governo de querer "deitar a mão" às reservas do Banco de Portugal.

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LUSA/OLIVIER HOSLET

Em Portugal, o debate começou com mais força esta sexta-feira com a apresentação do relatório do grupo de trabalho da dívida pública. Com os pés em Bruxelas, António Costa geriu com pinças as informações sobre o tema e disse apenas que "não está na agenda" do Governo lançar o debate sobre a reestruturação da dívida pública.

O primeiro-ministro falava à saída da reunião do Conselho Europeu, quando questionado se agora é o tempo perfeito para iniciar conversações sobre a dívida pública, Costa respondeu que não é um assunto de momento e que o que é prioritário é debater o que vai acontecer às instituições europeias. "Há-de ser nesse quadro sobre o futuro da Europa que a questão da divida será debatida", disse aos jornalistas.

Já esta sexta-feira, o primeiro-ministro tinha elogiado o trabalho "muito sério, rigoroso, com contributos muito interessantes de reflexão" do relatório, mas remetido qualquer alteração para um âmbito mais alargado. "É um assunto que só no quadro europeu poderá ser alguma vez tratado e reflectido", disse.

Quem também já falou este sábado sobre o assunto foi o Presidente da República, que afirmou que há um consenso nesta matéria uma vez que já não está em cima da mesa um cenário de reestuturação, mas de gestão da dívida pública.

Além desta questão, António Costa foi questionado sobre as declarações de Pedro Passos Coelho, que acusou o executivo socialista de se preparar para “ir deitar a mão às reservas, ao dinheiro que está no Banco de Portugal (BdP) para, como medida extraordinária, ajudar a compor os números do défice", disse não perceber sequer a questão, mas “lembrou” que o líder do PSD já não está no Governo.

“Ouvi o líder do PSD dizer isso, mas creio que ele já não está no Governo e, portanto, não creio que alguém lhe tenha passado mandato para representar o Governo em qualquer tipo de anúncio sobre essa matéria”, afirmou António Costa.

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