Le Pen e Macron esgrimem visões políticas a seis dias das eleições

Candidata da Frente Nacional promete suspender imigração. Ex-ministro de Hollande diz que é preciso uma nova geração no poder.

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Comício de Emmanuel Macron Reuters/CHRISTIAN HARTMANN
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Comício de Emmanuel Macron LUSA/YOAN VALAT
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Comício de Emmanuel Macron LUSA/YOAN VALAT
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Comício de Marine Le Pen LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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Activista das Femen subiu ao palco no comício de Le Pen LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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Comício de Marine Le Pen LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Um discurso do contra, no qual se apontam dedos e se promete uma solução fácil para os problemas. Esta tem sido a estratégia de Marine Le Pen, a candidata presidencial da Frente Nacional (FN), e esta segunda-feira à noite não foi excepção. “A minha primeira medida como Presidente será reintroduzir as fronteiras em França. Eu vou proteger-vos!”, afirmou a líder da FN, fazendo disparar aplausos e o cântico “Esta é a nossa casa”.

Com a promessa de uma moratória sobre a imigração — que vê como uma “tragédia para o país” — , lançou ideias como a de que “os franceses às vezes têm menos direitos do que os estrangeiros, mesmo os ilegais”. “A escolha de domingo é simples. É entre uma França que se está a reerguer ou uma França que se está a afundar”, sustentou, ao mesmo tempo que defendia que os seus rivais — entre os quais se destaca Macron — são defensores de uma “globalização selvagem”.

Além da migração, também o tema da moeda única — e o da integração europeia — não podia faltar, com a candidata da extrema-direita a reiterar que irá tirar o país do euro. “Quero devolver a liberdade à França, quero tirá-la da prisão”, vincou.

Numa altura em que se prevê que a abstenção seja muito elevada, podendo mesmo bater um recorde, Le Pen apelou aos militantes presentes no comício realizado na zona de Paris para convencerem os que ainda não tomaram uma decisão. “Se esta semana cada patriota convencer um abstencionista, um votante indeciso, iremos ganhar”, afirmou.

“Cuba sem sol”, “Venezuela sem petróleo”

Emmanuel Macron, o candidato do centro, que também esteve num comício nesta segunda-feira em Paris, centrou as suas atenções na esquerda representada por Jean-Luc Mélenchon e na necessidade de mudar os rostos do poder.

“O que tem sido proposto aos franceses nos últimos 20 anos não é libertação nem reconstrução, mas antes uma lenta aceitação do desemprego, impotência do Estado e desagregação social”, argumentou, defendendo a urgência de colocar uma nova geração aos comandos do país. Com 39 anos, caso seja eleito, Macron será o líder mais novo desde Napoleão.

No seu discurso, o ataque centrou-se em Jean-Luc Mélenchon, apoiado pelos comunistas e que lhe poderá roubar alguns votos, o qual acusou de querer transformar a França “numa Cuba sem sol ou numa Venezuela sem petróleo”.

As sondagens têm dado vantagem a Macron e a Le Pen na primeira volta, deixando para trás Fillon, Mélenchon e Hamon (candidato do Partido Socialista). Depois, na segunda volta, é dada a vitória a Macron. No entanto, a verdade é que está tudo ainda bastante incerto, a começar pela primeira volta. Com Reuters

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