Google inclui verificação de factos nos resultados de pesquisas

Funcionalidade passa a estar disponível em todo o mundo e é mais um passo no combate à disseminação de informação falsa.

As eleições americanas levaram a um debate aceso sobre a disseminação de informação falsa
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As eleições americanas levaram a um debate aceso sobre a disseminação de informação falsa LUSA/MICHAEL REYNOLDS
Um exemplo de uma verificação num resultado de pesquisa
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Um exemplo de uma verificação num resultado de pesquisa Google

Desde as eleições presidenciais americanas, o Google e o Facebook – duas empresas cruciais na forma como a informação circula na era digital – têm desenvolvido mecanismos para tentar evitar a disseminação de notícias falsas e de outras formas de desinformação.

O Google deu agora um novo passo, ao alargar a todo o mundo uma funcionalidade das páginas dos resultados de pesquisa que mostra afirmações (por exemplo, feitas por políticos) acompanhadas da respectiva verificação, tipicamente feita por jornalistas ou por entidades que se dedicam a este tipo de actividade.

A funcionalidade tinha sido inicialmente testada nos EUA e no Reino Unido, onde foi lançada em Outubro, quando a campanha americana ainda decorria, num clima de crispação e com ambas as facções a acusarem os rivais de não apresentarem correctamente os factos. A eleição de Donald Trump levou a que as plataformas online (particularmente o Facebook) fossem alvo de críticas por permitirem que falsa informação se espalhasse.

As entidades que queiram ver as suas verificações no Google terão de publicar as conclusões nos respectivos sites, em páginas que sigam um conjunto de regras técnicas. Estas entidades terão ainda de ser consideradas pelo Google como sendo uma fonte de informação credível, através de um processo que é automatizado.

Por seu lado, depois de fazerem uma pesquisa, os utilizadores poderão ver, em algumas páginas de resultados, afirmações destacadas e acompanhadas da respectiva verificação (ou verificações), bem como do nome da entidade que as verificou. O Google não intervém no processo de verificação e, eventualmente, os utilizadores poderão deparar-se com conclusões diferentes face à mesma afirmação.

“Com milhares de novos artigos a serem publicados online em cada minuto e a cada dia, o volume do conteúdo com que as pessoas são confrontadas pode ser esmagador. E, infelizmente, nem todos esses artigos são factuais ou verdadeiros, tornando a tarefa de distinguir factos da ficção bastante difícil”, observa a empresa, em comunicado. “ Estas verificações de factos não pertencem à Google e são apresentadas para que as pessoas possam fazer juízos de valor fundamentados.”

Por seu lado, o Facebook anunciou nesta quinta-feira que decidiu apresentar, durante alguns dias, um guia com dicas para a identificação de notícias falsas. A rede social aconselha os utilizadores a serem cépticos quanto aos títulos, a atentarem na credibilidade da fonte da informação, e a procurarem outras notícias que digam o mesmo.

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