A alteração dos estatutos da Cimpor e a autorização para que a administração da cimenteira possa proceder a um aumento de capital até dois mil milhões de euros foi aprovada durante a assembleia-geral de accionistas, realizada esta quarta feira, 5 de Abril. Os accionistas também aprovaram a desblindagem dos estatutos, que permite converter todas as acções da Cimpor em acções sem valor nominal. Com estes pontos aprovados, o capital social a Cimpor passa a dividir-se em 672 milhões de acções sem valor nominal.

De acordo com a súmula de informação constantes da acta da assembleia-geral, a reunião pautou-se pela unanimidade, tanto na aprovação dos documentos de gestão (que em 2016 registaram prejuízos de 788 milhões de euros) como na nova política salarial, que implicou cortes no salário dos administradores não executivos. Mas houve alguma discussão nos termos em que deveria ser aprovada a autorização para a realização de um aumento de capital.

Acabou por ser aprovada (com apenas dois milhões de votos contra, e 637 milhões a favor) a redacção que define que “o conselho de administração poderá aumentar o capital social, por entradas em dinheiro, por uma ou mais vezes, até este perfazer o montante de dois mil milhões de euros”. Mas não indica nada sobre prazos nem sobre montantes.

Também não foi unânime a decisão da assembleia-geral de autorizar a transacção de acções próprias nos moldes que serão propostos pelo conselho de administração. O ponto sete teve 640 milhões de votos favoráveis e 37 milhões de votos contra.

Recorde-se que a cimenteira conseguiu negociar a suspensão, em 2017, dos mecanismos que visam travar o seu desequilíbrio financeiro com a administração a apontar para este aumento de capital como a solução para resolver o problema. A InterCement Participações, S.A é a holding que ficou praticamente com a totalidade do capital da cimenteira (94,2%) após a OPA realizada em 2012.