Distribuição de vacinas da hepatite A pelas farmácias está suspensa

Há 12 mil vacinas disponíveis. A DGS está nesta terça-feira a rever as orientações que emitiu para conter o surto da doença.

Fotogaleria
Francisco George e a sua congénere espanhola, a directora General de Salud Pública, Calidad e Innovación, Elena Andradas Nuno Ferreira Santos
Fotogaleria
Nuno Ferreira Santos
Fotogaleria
Nuno Ferreira Santos

A distribuição de vacinas da hepatite A pelas farmácias está suspensa para garantir a gestão do stock existente, indicou nesta terça-feira o director-geral da Saúde Francisco George, em conferência de imprensa, em Lisboa. Segundo o responsável existem 12 mil vacinas disponíveis nos fornecedores.

Além da vacina, há medicamentos alternativos que podem ser utilizados como solução de recurso temporário, como as injecções de imunoglobulina para ajudar a fortalecer o sistema imunitário de forma a combater a infecção pelo vírus da hepatite A. Mas Francisco George reconheceu nesta terça-feira que também não existe em Portugal a imunoglobulina específica para a hepatite A, pelo que este tratamento terá mesmo de ser substituído por vacinas.

Na conferência de imprensa na Direcção-Geral da Saúde (DGS) participam Francisco George e a sua congénere espanhola, a directora General de Salud Pública, Calidad e Innovación, Elena Andradas. Objectivo: apresentar o ponto de situação sobre a hepatite A na Península Ibérica. A responsável espanhol adiantou que, desde Novembro, existem 1000 casos confirmados de hepatite A no país.

A DGS está nesta terça-feira a rever as orientações que emitiu para conter o surto de hepatite A. 

Mais postos de vacinação

O número de vacinas disponíveis, adiantou Francisco George, será suficiente caso exista uma gestão rigorosa dos stocks disponíveis, administrando a vacina apenas a quem dela necessita. A DGS identificou três grupos de risco, que têm prioridade na vacinação: pessoas que tenham estado em contacto próximo com outras que estejam já infectadas pelo vírus da hepatite A; população homossexual com práticas sexuais de risco para a transmissão da doença (sexo oral e anal); e viajantes.

A administração gratuita da vacina está, por agora, limitada a uma única unidade de saúde familiar em Lisboa, onde desde segunda-feira foram vacinadas 25 pessoas. Segundo Diogo Medina, do grupo de trabalho da hepatite A da DGS, as autoridades estão agora a estudar o alargamento dos postos de vacina a outras zonas do país.

Dos 138 casos diagnosticados até esta terça-feira – com uma evolução de cinco a oito novos casos por dia –, cerca de metade estão concentrados na zona de Lisboa. Com o surto da doença ainda por controlar, a principal preocupação das autoridades são agora os festivais de Verão em Portugal não só pelos comportamentos ali prevalecentes, mas também por praticamente não disporem de condições sanitárias, adiantou Francisco George. Outro eventos que suscita preocupação é a manifestação de orgulho LGBT - "World Pride" - que se realiza em Junho em Madrid, e que poderá juntar cerca de dois milhões de pessoas.     

Sugerir correcção
Ler 1 comentários