Kim Jung-A estava a gravar o marido a falar para a BBC quando viu os filhos — na televisão

Mulher de Robert Kelly afirma que se apercebeu de que os filhos tinham interrompido a entrevista do marido quando assistia à transmissão televisiva em directo.

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Captura/Wall Street Journal

Na sexta-feira, o vídeo de um especialista em política sul-coreana a ser interrompido pelos filhos enquanto falava em directo para a BBC tornou-se viral nas redes sociais. O episódio durou menos de um minuto, mas o momento caricato em que as crianças entram no escritório e o contraste da mulher que tenta desesperadamente retirar os filhos com a postura séria e imóvel do professor Robert Kelly perpetuaram-se em partilhas e comentários. Esta terça-feira o especialista em assuntos relacionados com as Coreias explicou, em duas entrevistas, acompanhado pela família, o que se passou.

Ao Wall Street Journal (WSJ), Kelly conta que a mulher, Kim Jung-A, estava na sala com as crianças a assistir em directo à sua intervenção enquanto filmava a entrevista para garantir que guardava uma cópia do momento. E, de um momento para o outro, Kim vê a filha a entrar, alegremente, pela sala onde Kelly falava sobre o impeachment que fazia cair a Presidente da Coreia do Sul. Logo de seguida surge o filho, de oito meses de idade, entrando na divisão da casa atrás da irmã, como faz muitas vezes. O problema é que as imagens da televisão contavam com um delay de alguns segundos entre o tempo real e a transmissão televisiva, por isso quando Kim chegou já o mal estava feito. O resto fica para a história dos vídeos virais da Internet.

Outra das questões que geraram muitos comentários nas redes sociais foi o facto de Kim estar descalça, o que fez com que, ao entrar de rompante para tentar remediar a situação, escorregasse e caísse. A explicação é simples: nas casas da Coreia do Sul, onde vive a família, é costume deixar os sapatos à porta. Também se especulou se Kelly estaria realmente com calças vestidas, isto porque não se levantou da cadeira em nenhum momento. Mas tinha uns confortáveis jeans.

Depois de o vídeo se ter espalhado pela Internet, Kelly conta que colocou o telefone em modo de voo enquanto a onda chamadas, mensagens e emails recebidos não parava de aumentar. As notificações nas redes sociais também tiveram de ser bloqueadas. “Eu vi o vídeo como toda a gente”, relata. “Foi divertido. Se olhar para o vídeo estava a esforçar-me para conter o meu próprio riso. Eles são miúdos pequenos e estas coisas são como são”, afirma Robert Kelly ao WSJ.

O professor regressou também esta terça-feira ao canal onde tudo aconteceu. Numa entrevista à BBC, o casal abordou a polémica que se criou em redor do vídeo: o facto de Kim ter sido confundida com a empregada. Kelly afirmou que ambos ficaram “desconfortáveis com isso”. Mas a mulher desvalorizou: “Espero apenas que as pessoas se tenham divertido e que não discutam por causa disso”.

Kelly admite ainda que a única preocupação que se gerou no rescaldo da situação caricata foi que a BBC nunca mais o contactasse: “Ficámos preocupados que a BBC não nos telefonasse mais”, revelou, bem-disposto. Talvez por isso, o professor fez questão de, logo a seguir à transmissão, contactar o canal britânico a pedir desculpa. No entanto, 15 minutos depois, a BBC estava a pedir autorização para utilizar as filmagens.

Notícia corrigida às 00h40: questões sobre as calças de Robert Kelly tinham a ver com o facto de o próprio não se ter levantado e não com o comportamento de Kim Jung-A. 

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