Cartas ao director e PÚBLICO ERROU

 

Santa ignorância

Possivelmente, muitos portugueses tal como eu, estaríamos convencidos que as offshores não passavam de instituições bancárias internacionais, aonde seriam depositados os dinheiros que os proprietários quisessem esconder do sistema fiscal e até mesmo do conhecimento público nos seus países.

Uma espécie daquilo que antigamente nos contavam das contas numeradas na Suíça. Essas contas numeradas que acabavam por darem lucros enormes aos bancos aonde estavam depositadas, principalmente quando os seus donos tinham um "acidente" e nem as famílias podiam reclamar por desconhecimento do titular da conta que passou a ser um número.

Mas afinal de contas, com as comissões de inquérito e debates na Assembleia da República  na primeira quarta-feira de Março, ficámos a saber que a movimentação das verbas para offshores é uma coisa banal. Eu posso pedir que depositem numa conta nas Bahamas a minha venda de vinho do Dão. Não sei se terei que pagar IVA ou IRS por essa venda, mas de resto, uma vez nas Bahamas, o dinheirinho já ninguém o cheira, nem fisco, nem os bancos nacionais, nem os invejosos, sejam de que partido sejam.

Santa ignorância a minha.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

 

Maldita seja a sorte

“Se o país – logo todos nós – deve muito ao doutor Paulo Núncio pelo trabalho de combate à fraude e à evasão fiscal”, quem somos nós desprezíveis devedores se não lhe pagarmos com língua de palmo tal dívida?

São homens desta estirpe que devem ser condecorados em todos os dias 10 de Junho, a menos que não consigamos arranjar condecorações suficientes para tantos e tantos filhos da pátria!

Ou visto de outro modo: maldita seja a sorte em termos uma pátria que tais filhos tem, os quais a têm sugado até à exaustão.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

 

Nunca se sabe

E se António Domingues, candidato a um cargo de ricos, apenas quis esconder que é pobrezinho? E se ele apenas quis escamotear o facto de exercer as suas funções de administrador da banca comercial em regime precário e a recibos verdes?

Paremos todos de dar por adquirido que, ao esconder as declarações de rendimentos e património, ele não queria que se soubesse que é rico, com um pecúlio angariado num sector que empobreceu tudo e todos enquanto se governava lautamente.

Nunca se sabe.

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

 

PÚBLICO ERROU

Por erro, no texto As Mesas do Poder, editado a 28/02/2017, foi indevidamente escrito que Justa Nobre era viúva. Tal não é verdade, Justa e José Nobre são os proprietários do restaurante Nobre. Pelo lamentável erro pedimos desculpa aos leitores e a Justa e José Nobre.

 

Sugerir correcção
Comentar