Inquéritos por crimes sexuais contra menores subiram 124% no distrito judicial de Lisboa

O relatório faz ainda referência a um aumento de 31% no número de inquéritos por negligência na prestação de cuidados de saúde e de 34% por violência em comunidade escolar.

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Decréscimo de 3% nos casos de violência conjugal é considerado pouco significativo Paulo Pimenta

Os inquéritos instaurados por crimes sexuais contra menores no distrito judicial de Lisboa mais que duplicaram entre Setembro de 2014 e Agosto de 2016, passando de 413 para 927, segundo o relatório da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.

O distrito judicial de Lisboa é composto por cinco comarcas: Açores, Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste e Madeira.

Segundo os dados estatísticos, os crimes sexuais contra menores aumentaram 124% entre Setembro de 2014 e Agosto de 2016.

Durante o mesmo período registou-se um aumento de 200% de inquéritos instaurados na sequência de crimes contra profissionais de saúde, passando de sete para 21.

O relatório faz ainda referência a um aumento de 31% no número de inquéritos por negligência na prestação de cuidados de saúde e de 34% por violência em comunidade escolar.

No que respeita à violência conjugal o documento aponta para um decréscimo de 3%, uma descida considerada pouco significativa.

No ano judicial anterior foram instaurados 10.156 inquéritos por violência conjugal e de Setembro de 2015 a Agosto de 2016 foram instaurados 9821.

De acordo com a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, na violência doméstica é nítido o aumento das formas da violência em meio familiar degradado, com disseminação para situações muito graves de maus tratos de crianças ou de idosos e aumento da exigência para as estruturas de intervenção imediata.

"Neste tipo de fenómenos a questão não é meramente estatística e seria errado interpretá-la como tal, mas diz respeito à agressividade, agudização das formas de violência, com necessidades de intervenção do Ministério Público, dos órgãos de polícia criminal e das estruturas sociais designadamente, das comissões de protecção de crianças e jovens e da segurança social", lê-se no documento.