Diagnóstico Social de Leiria revela diminuição no número de idosos em isolamento

O estudo aponta também a degradação do parque habitacional propriedade do Estado, “embora estejam em curso obras de melhoria”, ressalva a autarquia.

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Nuno Ferreira Santos

O Diagnóstico Social do Concelho de Leiria revela uma diminuição no número de idosos em isolamento em 2016, tendo sido identificadas 77 pessoas nesta situação, quando em 2015 tinham-se detectado 169.

O documento foi aprovado na quinta-feira pelo Município de Leiria, num plenário que juntou o Conselho Local de Acção Social de Leiria (CLASL) com os parceiros da rede social, anunciou esta sexta-feira a autarquia numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

O diagnóstico social faz o retrato das fragilidades do concelho em várias áreas, que necessitam de intervenção para impulsionar o desenvolvimento social local. Relativamente à população idosa, foram identificadas 77 situações de pessoas em isolamento em 2016, quando em 2015 eram 169. Em 2014 contavam-se 118 casos, menos dos 294 registados em 2013.

Neste estudo é também apontada a degradação do parque habitacional propriedade do Estado, “embora estejam em curso obras de melhoria, financiadas pelo Programa Operacional Regional do Centro, no Bairro Dr. Francisco Sá Carneiro e no Bairro das Almoinhas, estando igualmente programadas para o Bairro Social da Cova das Faias e Bairro Social da Integração”, ressalva o Município de Leiria.

Foi contabilizada ainda a existência de 271 famílias com necessidade de habitação social e identificadas 2.044 pessoas com deficiência/incapacidade, acompanhados por estruturas do concelho, sendo que 822 residem no concelho de Leiria.

O aumento dos encargos das famílias com a residência, face à redução dos rendimentos familiares, está patente no documento, que indica a existência de 53 candidaturas ao Programa Municipal de Arrendamento, tendo sido deferidas 23.

No ano lectivo 2015/2016, o diagnóstico identificou 1.222 crianças e jovens com necessidades educativas especiais e 116 alunos estão integrados em unidades de ensino estruturado, desde o pré-escolar ao ensino secundário.

O diagnóstico evidencia os constrangimentos da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, pelo “aumento de sinalizações de maior complexidade de intervenção e insuficiente intervenção junto de família”.

“A exclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade social, a insuficiência de creches sem fins lucrativos em zonas com maior densidade populacional e o acolhimento e integração de migrantes (imigrantes e refugiados)”, são casos igualmente referidos no documento, que também avaliou “a prevalência das situações de violência nas relações de intimidade” e “insuficiência de respostas para acompanhamento de agressores (jovens e adultos)”.

Quanto ao número de inscritos no Centro de Emprego de Leiria, registou-se uma diminuição de desempregados.

O documento destaca o incremento de “parcerias cada vez mais alargadas envolvendo as autarquias, as instituições sem fins lucrativos de forma a possibilitar a inserção profissional das camadas da população mais desfavorecida e que dificilmente se conseguem integrar no mercado de trabalho normal”, mas alerta para a “baixa qualificação profissional/escolaridade e peso crescente dos grupos etários de idade mais elevada, como característica principal da população desempregada, predominantemente mulheres”.

A desarticulação entre a oferta de formação disponível e as necessidades do mercado, o desconhecimento ou dificuldades técnicas para implementação de respostas locais de integração de desempregados e carenciados foram outras fraquezas identificadas.

Na área da demência e consumos aditivos, o diagnóstico social considera que existe falta de apoio técnico/profissional, em continuidade, a famílias e indivíduos na gestão de doenças infecto-contagiosas, insuficiência de respostas ao nível dos cuidados continuados e inexistência de unidade/equipas de cuidados continuados paliativos no concelho e no distrito.

Há também insuficiência de respostas ao nível da saúde mental, em todas as faixas etárias, e comportamentos aditivos e dependências nas diferentes etapas do ciclo de vida.

Sendo um documento em “constante actualização”, o grupo propôs-se reflectir e identificar boas práticas no trabalho em parceria a partir da experiência de cada membro e da experiência do trabalho em rede no concelho de Leiria”.

A rede social surgiu em 2002, através de sessões de informação, divulgação e sensibilização dos potenciais parceiros, constituindo formalmente o seu CLAS em 2003. Iniciou com 42 entidades, contando actualmente com cerca de 80 com assento directo no CLASL.

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