PSD critica Costa por desviar concertação social para São Bento

Líder da bancada não revela posição sobre a proposta de redução do Pagamento Especial por Conta.

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A bancada social-democrata durante o debate da redução da Taxa Social Única Miguel Manso

O líder do PSD e outras figuras do partido criticaram a forma como o primeiro-ministro agiu nesta quarta-feira ao convocar os parceiros sociais para uma reunião em São Bento em vez da concertação social. O desagrado foi expresso na reunião da bancada esta manhã, apurou o PÚBLICO, e acabou por se manifestar pela voz do líder parlamentar, Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas, no final do encontro que decorreu à porta fechada.

Luís Montenegro criticou António Costa por ter estado ausente do debate sobre a descida da Taxa Social Única, acordada em concertação social e que acabou chumbada por PSD, PCP, BE e PEV. Mas – adiantou – “foi muito diligente para reunir com os parceiros sociais não na sede da concertação social mas na sede do Governo, o que mostra bem o respeito que tem pela concertação social”. Essa foi uma das críticas apontadas pelo próprio Passos Coelho, pelo vice-presidente Marco António Costa e pelo deputado Luís Marques Guedes durante a reunião com os deputados.

Relativamente à proposta alternativa à TSU – a redução do Pagamento Especial por Conta – o líder da bancada não quis adiantar qual será a posição do partido por ainda não ter conhecimento da proposta. Mas mostrou-se disponível para discutir a política fiscal, lembrando que “o Governo está preocupado em arranjar uma compensação” ao aumento do salário mínimo. Questionado sobre se Passos Coelho considera que o aumento acordado é excessivo, Luís Montenegro disse que essa opinião “não pode espantar ninguém”, tendo em conta que “se não fosse não era preciso uma compensação”.

O dirigente social-democrata reiterou que o PSD não será “muleta” do Governo quando houver desentendimento à esquerda e o Governo quiser resolver com a oposição. “É um caminho de deterioração de funcionamento dos órgãos de soberania”, afirmou, lamentando que António Costa se tenha colocado nesta posição.

Relativamente a questões em que não há consenso entre PS, BE e PCP, como o aumento do número dos dias de férias ou a regulamentação da Uber – que ainda não está agendada –, Luís Montenegro não quis revelar a posição do partido, questionando o âmbito e o efeito das medidas na economia. 

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