Empresário Eike Batista envolvido na Operação Lava-Jato

O ex-milionário é suspeito de pertencer ao círculo de lavagem de dinheiro investigado neste escândalo de corrupção.

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Foram emitidos nove novos mandatos de prisão preventiva, um deles para Eike Batista © Sergio Moraes / Reuters

Os procuradores federais brasileiros emitiram, esta quinta-feira, um mandado de prisão preventiva do empresário Eike Batista, que já foi o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo. Em paralelo, foram emitidos outros oito mandados de prisão, numa série de buscas relacionadas com o maior escândalo de corrupção brasileiro.

Um porta-voz da polícia federal disse à Reuters que Batista pertenceria, alegadamente, ao círculo de lavagem de dinheiro que está a ser investigado no âmbito da Operação Lava-Jato: cerca de 100 milhões de dólares (mais de 94 milhões de euros) estavam a ser ocultados no estrangeiro. A polícia afirma que uma "grande parte" desse dinheiro já foi repatriado. As rusgas aconteceram no Rio de Janeiro.

Eike Batista, que está a ser investigado no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Lava-Jato, não se encontrava em casa no momento da rusga. Fernando Martins, advogado de Eike Batista, disse à TV Globo que o antigo multimilionário se vai entregar às autoridades assim que regressar ao país.

A Reuters avança que foram emitidos nove mandados de prisão preventiva, quatro ordens de detenção para prestação de declarações e 22 ordens de busca e apreensão, na nova fase da Operação Lava-Jato, que dura há mais de dois anos e pôs a nu um complexo esquema de corrupção entre o mundo político e empresarial brasileiro.

Dos nove novos mandados de prisão preventiva, três são relativos a pessoas que já estão detidas. O antigo governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi detido a 17 de Novembro de 2016. Wilson Carlos (o seu ex-secretário) e Carlos Miranda (que estava à frente de consultadorias suspeitas durante o governo de Cabral) foram também detidos durante a Operação Calecute, outro dos desdobramentos das investigações da Lava-Jato. Foram acusados de crimes como corrupção passiva e activa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, investigados pela Polícia Criminal brasileira.

Eike Batista perdeu o seu estatuto de multimilionário com a derrocada do seu império EBX – um conglomerado de empresas mineiras, energéticas, de construção naval e logística, que faliu em 2013. O colapso do grupo de Batista deu origem a várias investigações sobre alegadas fraudes financeiras e levou à abertura de processos por crimes contra o mercado mas também lavagem de dinheiro.

No ano passado, Batista foi testemunha num dos processos da Lava-Jato. O seu testemunho levou a que um antigo ministro das Finanças Guido Mantega fosse preso temporariamente, por ter, alegadamente, coagido o magnata a fazer contribuições ilegais durante as campanhas do Partido dos Trabalhadores de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Mantega negou as acusações. 

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