Santana Lopes contra venda do Novo Banco a fundo para ser “esquartejado”

Antigo-primeiro ministro argumenta que é melhor não vender do que fazer "uma venda qualquer".

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Santana Lopes: "Não se pode admitir, de todo em todo, que o Novo Banco seja esquartejado" NFACTOS / Pedro Granadeiro

Pedro Santana Lopes veio a público juntar-se às vozes que estão a protestar contra a venda do Novo Banco. Depois de ser conhecido que o Banco de Portugal considera o fundo norte-americano Lone Star como a entidade mais bem colocada para ficar com o Novo Banco, o antigo primeiro-ministro e actual provedor da Santa Casa da Misericórdia diz que que entregar a instituição a um fundo que o separe em partes e depois as venda é uma má solução para o país.

Num artigo de opinião no Jornal de Negócios, Santana Lopes defende que “não se pode admitir, de todo em todo, que o Novo Banco seja esquartejado, seja separado em postas para depois serem alienadas”. Argumentando que o banco tem uma quota de mercado de 20% e uma forte ligação ao tecido económico português, Santana Lopes escreve que “nesse quadro é melhor não haver venda do que haver uma venda qualquer”.

"Mas a realidade é o que é e se não surgir no final uma proposta merecedora de ficar com o Novo Banco, não se deve forçar nada. Portugal será certamente capaz de encontrar outras soluções sem que uns enriqueçam sem causa legítima e à custa do empobrecimento colectivo", acrescenta Santana Lopes. O artigo, porém, não refere explicitamente um cenário de nacionalização.

Já uma “nacionalização temporária” foi a medida defendida por José Maria Ricciardi, numa entrevista na SIC. O ex-banqueiro foi até Dezembro presidente do chinês Haitong Bank (uma reencarnação do BES Investimento), que esteve a assessorar o China Minsheng na apresentação da proposta para a compra do Novo Banco. Ricciardi mostrou-se contra um desfecho que acabe com um fundo a “partir o banco aos bocados”.

A nacionalização é um cenário defendido pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, mas tanto o primeiro-ministro como o Presidente da República vêem essa hipótese como um último recurso.

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