Utentes exigem soluções na Transtejo e avançam com acção de protesto

Falta de certificados de navegabilidade e de manutenção dos navios são as principais queixas. Utentes salientam que o serviço público atingiu "níveis inaceitáveis de degradação".

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Se nada for feito, utentes vão protestar em Lisboa no dia 4 de Janeiro Pedro Cunha

A Comissão de Utentes do Seixalinho, no Montijo, exigiu esta segunda-feira uma reunião urgente à administração da Transtejo, responsável pelas ligações fluviais entre a margem sul do Tejo e Lisboa, anunciando também uma acção de protesto em Janeiro.

"Os utentes do Cais do Seixalinho consideram que o serviço prestado pela Transtejo tem vindo a degradar-se ao longo dos últimos anos, com principal incidência nos últimos meses. Na origem desta degradação estão, essencialmente, a falta de certificados de navegabilidade e a falta de manutenção dos navios, que originam avarias várias e obrigam à interrupção de carreiras sem aviso prévio", refere a comissão, num comunicado enviado à Lusa.

Os utentes salientam que o serviço público atingiu "níveis inaceitáveis de degradação" e exigem resposta por parte da administração da Transtejo e do Governo.

"Os utentes decidem solicitar desde já uma reunião com carácter de urgência à administração da Transtejo, no sentido de apresentar as suas revindicações e obter respostas imediatas. Os utentes decidem também que, não existindo respostas imediatas nem uma melhoria imediata da qualidade do serviço público, vão realizar uma concentração na tarde do dia 4 de Janeiro no Terminal Fluvial do Cais do Sodré", acrescenta.

Nas últimas semanas, os representantes dos trabalhadores, sindicatos, utentes e autarquias têm contestado os problemas nas ligações fluviais do rio Tejo na região de Lisboa. As autarquias têm tomado posições públicas sobre o assunto para contestar a situação e exigir soluções.

Um grupo deslocou-se ao Ministério do Ambiente (que tutela os transportes urbanos), no dia 7 de Dezembro, para entregar um documento a dar conta da situação actual das transportadoras Transtejo e da Soflusa (ambas do grupo Transtejo).

Na ocasião, a Transtejo referiu que tinha existido um conjunto de "pequenas avarias" em alguns navios, mas apontou haver uma taxa de cumprimento do serviço de 98% em 2016.

O grupo explicou que conta com 25 navios com condições de exploração em serviço público.

"A gestão destes 25 navios é realizada com base no planeamento de cumprimento das rotinas de conservação, reparação programada, requisitos de segurança e renovação de certificados de navegabilidade, o qual obriga a que, com periodicidade bienal, todos os navios realizem estes trabalhos em seco", salientou.

A Transtejo acrescentou que o plano de geral de actividades conjuga todas estas necessidades de forma a ter a disponibilidade necessária de 15 navios para realizar o serviço programado.

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