PSD acusa maioria de esquerda de ser "força de bloqueio"

Sociais-democratas dizem que está em causa o regular funcionamento das instituições democráticas

Foto
Filipe Farinha / Stills

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, acusou o PS, BE e PCP de terem uma postura "anti-democrática" e se serem uma "força de bloqueio" para tentarem impedir as audições na comissão parlamentar de inquérito do ministro das Finanças Mário Centeno e de António Domingues, presidente demissionário da Caixa Geral de Depósitos, para apurar os motivos da saída da anterior equipa. 

Na reunião de coordenadores dos grupos parlamentares da comissão de inquérito, o PSD apresentou esta quinta-feira um requerimento para as duas audições - com carácter potestativo e por isso obrigatório - mas foi contestado pelo PS, BE e PCP por considerarem que se encontrava em conflito com o objecto da comissão de inquérito sobre o banco público. Segundo Hugo Soares, foi pedida uma apreciação ao presidente da comissão, o social-democrata José Matos Correia, que deu razão ao PSD, concluindo que o requerimento apresentado é compatível com o objecto da comissão de inquérito. Os partidos da maioria de esquerda decidiram então recorrer para o plenário da comissão, na próxima terça-feira, o que deixa antever um chumbo do requerimento já que PS, BE e PCP têm maioria de deputados.  

"Com esta postura anti-democrática e de rolo compressor, a maioria está a colocar em causa o próprio funcionamento das instituições, em particular da Assembleia da República", afirmou aos jornalistas o deputado. "É uma verdadeira vergonha nacional e está em causa o regular funcionamento das instituições", sublinhou.

O PSD apresentou o pedido das duas audições na sequência do último debate quinzenal em que o primeiro-ministro considerou a demissão estranha, atribuindo-a a uma alteração legislativa que obrigava a administração da CGD a apresentar as declarações de rendimentos. O requerimento foi apresentado no regime normal e só perante o chumbo dos partidos de esquerda - que segundo Hugo Soares desvalorizaram a demissão - é que foi transformado em potestativo, à luz da lei. 

Hugo Soares recordou que uma das alíneas do objecto da comissão de inquérito à CGD é "avaliar o comportamento das várias administrações" e que o próprio António Domingues já esteve naquele fórum a responder aos deputados sem que nenhum partido levantasse "problemas". O próximo passo pode ser apresentar o mesmo requerimento na comissão de Orçamento e Finanças, mas essa decisão só será tomada depois de terça-feira quando a esquerda chumbar o requerimento na comissão de inquérito. 

 

Sugerir correcção
Comentar