Little Havana em festa, mas há quem elogie Fidel

Milhares de cubanos e descendentes nos EUA celebraram na rua a morte do antigo líder.

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Festejos em Miami Reuters/JAVIER GALEANO
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Bandeiras, música, barulho de panelas e tachos, buzinas, gritos de “Cuba livre”, garrafas de champanhe e até um boneco insuflável de Donald Trump – de acordo com imagens partilhadas online e com os relatos da imprensa no local, a morte de Fidel Castro foi recebida com uma explosão de alegria em Miami, na Florida, para onde muitos cubanos emigraram nas últimas décadas, numa fuga à situação política e económica da ilha.

Pablo Arencia, um professor de 67 anos que vive há 20 nos EUA, afirmou à agência AFP que é triste festejar a morte de alguém, mas justificou a festa com o argumento de que Fidel Castro nunca deveria ter nascido. “O diabo tem com que se preocupar. O Fidel foi juntar-se a ele e vai certamente tentar recuperar o seu emprego”. O histórico líder cubano estava já há algum tempo afastado do poder, depois de o irmão Raúl ter assumido a presidência em 2006.

A agência relata que as pessoas foram saindo à rua, algumas de pijamas, para celebrar, muito embora com pouco optimismo face ao futuro de Cuba. “Não creio que vá mudar nada. “Agora é a vez de Raúl”, afirmou Aymara, uma cubana que estava num dos cafés de Little Havana, um bairro em Miami com uma enorme comunidade cubana. Já Hugo Ribas, 78 anos,  classificou Fidel como “um criminoso, um assassino e um homem miserável”.

Há, por outro lado, quem elogie o antigo Presidente cubano. O jornal The New York Times narra que Concepcion Garcia, 55 anos, olhava com desilusão para os festejos, enquanto lamentava a morte de Fidel. “Que experiência rica que tivemos, viver os dois períodos de Cuba, o capitalismo e o socialismo”, afirmou. “Imagine como se sentem os cubanos. A coisa mais preciosa que tínhamos morreu”. Garcia contou que tinha de agradecer a Fidel e à revolução por uma operação gratuita às cataratas, que nunca teria conseguido pagar – uma referência ao sistema de saúde público do país, onde não há oficialmente medicina privada.

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