Centro Interpretativo do Estado Novo só com fundos comunitários

Presidente da Câmara de Santa Comba Dão garante que o projecto não foi descartado. Autarca assegura, porém, que o centro não servirá para criar uma "marca" em torno da figura de Salazar.

Foto
Espólio de António de Oliveira Salazar foi doado à autarquia de Santa Comba Dão Adriano Miranda

A criação do Centro Interpretativo do Estado Novo, que começou a ser idealizado no ano 2000, não chegou a avançar por falta de capacidade financeira da Câmara Municipal de Santa Comba Dão. O presidente da autarquia, Leonel Gouveia, admite que o projecto não está afastado, mas terá de ser concretizado de uma forma “mais dinâmica” e não como um simples museu.

“Este centro, conforme idealizado, está dependente de existir algum mecanismo no quadro comunitário que nos permita fazer uma candidatura, o que neste momento não há”, disse Leonel Gouveia esta quinta-feira à margem do julgamento, em Viseu, relativo ao espólio do antigo chefe do Estado Novo.

Segundo o autarca, o que está agora em cima da mesa é uma nova ideia que envolve uma associação de desenvolvimento local e outros municípios e que “resgata”, em termos turísticos, figuras e momentos relevantes da época do Estado Novo. “Queremos que isto funcione como um destino turístico no nosso território onde as pessoas possam ter vários elementos históricos para visitar e usufruir de programas culturais e ambientais”, explica. O autarca afasta, no entanto, a criação, como tinha sido anunciada, de uma “marca” à volta da figura de Salazar. “Isso foi uma ideia com a qual eu nunca concordei. Não é por esse caminho que pretendemos ir”, sustenta.

O projecto inicial do Centro Interpretativo, avançado pelo anterior executivo, incluía um espaço museológico onde estariam expostos os vários objectos que pertenceram ao antigo presidente do Conselho de Ministros, além da reconstrução dos edifícios da família. Em 2006, a autarquia recebeu, por doação e com escritura feita, um terço dos bens imóveis da herança da família de Salazar. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários