General que considera islão uma ameaça convidado para conselheiro de segurança nacional de Trump

Presidente eleito ofereceu o lugar a Michael T. Flynn, que foi afastado por Obama da chefia dos serviços secretos da Defesa. Senador Jeff Sessions terá sido convidado para procurador-geral.

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O general à porta da casa de Trump em Nova Iorque, na quinta-feira AFP

O Presidente eleito dos Estados Unidos ofereceu o cargo de conselheiro de segurança nacional ao general Michael T. Flynn, revelaram fontes da equipa de transição ao New York Times. Donald Trump, diz o jornal, põe nas mãos de um antigo oficial dos serviços secretos – que acredita que o islão é uma ameaça para os EUA – um dos cargos mais poderosos porque define a política militar e externa do país.

O general Flynn, de 57 anos, está registado como democrata mas foi conselheiro de Trump durante a campanha eleitoral. Foi director da Agência de Inteligência da Defesa (Barack Obama afastou-o do cargo) e, segundo os analistas, poderá ter uma grande influência num Presidente sem experiência quer no campo da defesa nacional, quer internacional.

A equipa de Trump não confirmou se o general aceitou o lugar. Porém, Flynn surge ao lado de Trump na reunião deste com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na quinta-feira à noite. A filha de Trump, Ivanka, e o genro, Jared Kushner, também estiveram presentes.

New York Times diz que o general (como Trump) usa dados errados ou não totalmente verdadeiros para sustentar as suas teses, por exemplo a que diz que a sharia (lei islâmica) está a alastrar-se nos Estados Unidos. "As suas certezas são tão dúbias que dirigia a Agência de Inteligência da Defesa os seus subordinados arranjaram um nome para o fenómeno: 'factos Flynn'", escreve o Times.

O jornal Washington Post noticiou entretanto que o Presidente eleito terá convidado para procurador-geral (cargo com funções equivalentes a ministro da Justiça) o senador do Alabama Jeff Sessions. Apoiante desde a primeira hora do candidato republicano, Sessions foi procurador-geral, tanto no Alabama como a nível federal, pertence à ala mais à direita do Partido Republicano e é conhecido defensor de políticas anti-imigração. Até agora era apontado como um dos nome mais provável para chefiar o Departamento de Defesa. 

Donald Trump continua a fazer contactos para criar a sua equipa governativa. No sábado, segundo a agenda divulgada, reúne com Mitt Romney (crítico de Trump durante a campanha), um dos nomes falados para o cargo de secretário de Estado (chefe da diplomacia). 

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