Agora, só um milagre

Sporting volta a ser infeliz na Alemanha, mas empate do Real deixa os lisboetas ainda com possibilidades matemáticas na Champions.

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O Sporting perdeu na Alemanha com o Borussia Dortmund Reuters/WOLFGANG RATTAY

Ainda não foi desta que o Sporting interrompeu a maldição na Alemanha. Pela 13.ª vez os “leões” voltaram a não vencer em solo germânico e estão quase com os dois pés fora da Liga dos Campeões. Quase porque o Legia empatou surpreendentemente com o Real Madrid, em Varsóvia, deixando aos lisboetas a remota possibilidade de discutirem com a equipa de Cristiano Ronaldo a última vaga para os oitavos-de-final no Grupo F. Na fase seguinte já está o Borussia Dortmund, que voltou a bater o Sporting, agora em casa, com um golo solitário de Adrián Ramos.

O Sporting tem sido uma espécie de balão de oxigénio para o Dortmund nesta fase da temporada. A atravessar uma crise de resultados, o Borussia acabou por alcançar frente aos portugueses os dois únicos triunfos nos últimos oito encontros. Já o conjunto de Jorge Jesus prossegue o seu calvário competitivo, somando o quarto jogo seguido sem vencer.

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Numa partida em que estava em causa a manutenção da esperança ou a resignação do afastamento prematuro da Champions, o treinador sportinguista apostou em baralhar, promovendo uma revolução na equipa. Da cartola tirou duas completas surpresas para o “onze” titular: Paulo Oliveira e Luc Castaignos.

Se com o avançado holandês se limitou a trocar de pontas-de-lança, deixando Bas Dost no banco, já com a chamada do português mexeu com as rotinas e a disposição táctica, promovendo uma linha de três centrais. Uma opção inédita no seu passado recente como treinador. Se tivesse resultado iria recolher todos os méritos para si, se perdesse, como aconteceu, o resultado não seria anormal, dependendo dos números.

Jogar com muita gente atrás não significou defender melhor, como se viu na primeira parte. As movimentações e trocas de bola dos alemães na área portuguesa iludiam as marcações, como aconteceu aos 12’, quando o colombiano Adrián Ramos subiu mais alto do que Paulo Oliveira para abrir o marcador, após cruzamento, na direita, de Ginter.

O Sporting não jogava mal, conseguia circular a bola no meio-campo germânico, mas tinha dificuldade em travar as transições atacantes do Dortmund. Mesmo assim, os desequilíbrios provocados pelo adversário não chegavam para derrubar definitivamente o “leão”, apesar de os lisboetas terem tido alguma felicidade, aos 34’, com a barra a impedir o segundo golo, após uma grande jogada do ataque do Borussia dentro da área sportinguista.

Ao Sporting valia Gelson Martins para manter a defesa adversária em sentido. Mas o criativo extremo não estava também em noite inspirada, acabando por desperdiçar duas das mais flagrantes oportunidades da sua equipa no encontro (27’ e 32’). Na primeira, isolado, após combinação com Castaignos, permitiu a antecipação do guarda-redes Burki; na segunda, foi o central Bartra a travar o remate.

Fosse qual fosse a ideia de Jorge Jesus ao chamar Castaignos à titularidade, a falta de resultados e o rumo da partida obrigaram-no a recuar e voltar à versão mais rotineira no ataque. Após o intervalo, Bas Dost rendeu o compatriota, que contabilizava apenas 29 minutos de jogo ao serviço dos “leões” (no empate frente ao Tondela, para a Liga) até esta estreia inopinada na Champions.

Mais aguardado foi o regresso do “capitão” Adrien Silva, aos 58’, após uma lesão de um mês. O médio trouxe mais qualidade ao meio-campo sportinguista e a equipa melhorou na segunda metade, mas sem conseguir definir jogadas claras de finalização. A excepção foi um cruzamento de Schelotto, aos 77’, que Bryan Ruiz cabeceou por cima.

O costa-riquenho iria dar lugar no instante seguinte a Markovic, numa troca que demonstrou que Jesus não iria correr grandes riscos em Dortmund, apesar da desvantagem no marcador. Uma derrota pela margem mínima era um mal menor frente a um adversário com pergaminhos na competição milionária.

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