Pedro Proença: Modelo da Champions "não privilegia o desempenho desportivo"

Presidente da LPFP lembra que o novo formato desfavorece Portugal.

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rcl Ricardo Castelo/NFACTOS

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional, na pessoa do seu presidente, Pedro Proença, votou favoravelmente a decisão da assembleia geral da EPFL de denunciar o memorando de entendimento com a UEFA por causa das divergências relativas à reforma das competições europeias. O líder do organismo explicou ao PÚBLICO o que está em causa.

Quais são os motivos de insatisfação da LPFP?
Estamos completamente alinhados com a EPFL no capítulo Champions. Achamos que a UEFA não ouviu nem considerou a argumentação da associação que representa as Ligas profissionais na Europa. E fechou um modelo que não privilegia o desempenho desportivo. Aliás, é no desempenho desportivo que Portugal se tem evidenciado e que lhe tem permitido registos de alto nível, tal como acontece com a França e a Rússia. Ao ponto de termos acesso maioritário na Liga dos Campeões, como este ano, com três equipas na fase de grupos. Este novo modelo desfavorece Portugal e o mérito desportivo em geral.

Que consequências teria a reforma proposta pela UEFA para os clubes portugueses?
A entrada na fase de grupos da Champions representa entre 16 e 18 milhões de euros para os clubes portugueses. Entrando apenas dois — pelo novo modelo —, há perda, logo aí. Além disso, Portugal, cujo desempenho dos clubes nos aproxima dos “Big Five”, perde a oportunidade de colocar três clubes na fase de grupos, dado o desaparecimento do critério relacionado com o desempenho desportivo. Os organismos que regulam a relação com a UEFA deveriam ter sido mais interventivos. Deveria ter havido, de todos nós, uma intervenção mais proativa, uma vez que o novo formato nos desfavorece claramente.

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