Benfica recebe A Guerra dos Tronos – mas em versão paródia interactiva

Os Improvio Armandi regressam com mais um espectáculo de improviso, desta vez com a fantasia medieval como base e o público como soberano.

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Benfica recebe "A Guerra dos Tronos" - agora em versão paródia interactiva Improvio Armandi

O grupo de teatro de improviso Improvio Armandi apresenta esta sexta-feira à noite, no Auditório Carlos Paredes, em Benfica, o seu novo espectáculo, uma paródia inspirada na série A Guerra dos Tronos. Agora em palco, em vez da televisão, as famílias reais vão lutar pelo Trono de… Pau. E o vencedor não é escolhido pelo Deus do Fogo, os Deuses Antigos nem os Novos, mas pelos espectadores.

Deixar a decisão na mão do público não é uma novidade para os Improvio. “No nosso espectáculo anterior, o Trailer, já era o público que decidia o que ia acontecendo” explicou Paula Carvalho, responsável pela comunicação do grupo. “Agora vamos voltar a ter momentos fixos em que a acção pára e o público decide qual a família que quer acompanhar nesse momento, que parte da história é que quer ver nessa altura”. Mas também há elementos que são pedidos à partida, como aconteceu no espectáculo anterior. “São pequenas dicas que o público escreve em papéis, que são recolhidos antes de a peça começar, e depois são lidos em certos momentos pelos actores”. Apesar de existir sempre uma certa abertura para que elementos do público vão a palco interagir com os actores, isso não está previsto para O Jogo dos Tronos. O objectivo é que sejam os quatro protagonistas a improvisarem os vários papéis.

João Cruz, Hugo Rosa, Juan Pereira e André Sobral vão desdobrar-se à vez nos personagens, masculinos e femininos, que já estão predefinidos: duas pessoas para cada uma das quatro famílias do jogo. Depois, se o público ditar, ainda serão adicionados outros personagens. No entanto, no início, os quatro actores já têm os seus personagens preparados. “Cada um de nós vai ser o chefe da sua casa, mas depois, quando colocamos outros adereços, interpretamos as personagens secundárias”, explicou João Cruz, um dos membros do quarteto. Para ele, experiente na arte de improvisar e no stand-up comedy, não saber o rumo que a história vai seguir é um desafio que abraça com entusiasmo. “É complicado, é muito desafiante, e na maior parte das vezes aparecem coisas que não têm nada a ver com aquilo que estávamos a dizer e a fazer. E temos de ter muito cuidado porque uma pequena decisão que um membro do público toma a certa altura pode influenciar algo lá mais para a frente no espectáculo”.

Ainda assim, há algo elementar que fica definido logo no princípio: a “cor” representativa de cada família: “Os adereços foram todos construídos pela nossa equipa. Fizemos coisas em cartão e depois forrámos, pintámos, para parecerem medievais, mas a única coisa que comprámos mesmo foram os mantos. O do João é vermelho, o do André é azul, o do Juan é roxo e o do Hugo é verde”, descreveu Paula Carvalho.

A inspiração para o espectáculo veio do apreço que a equipa inteira partilha pela série televisiva. “Eu e o Hugo lemos os livros, mas os outros só viram a série”, alertou João Cruz. “Mas como gostamos todos disto, e somos todos um bocado geeks, quisemos apostar neste formato, porque percebemos que era onde nos dávamos melhor”. Isto porque, durante as exibições do “Trailer”, perceberam que o género cinematográfico em que se davam melhor era o da fantasia. “O público ia-nos pedindo diferentes géneros, western, terror, acção, comédia, fantasia, mas percebemos que nos dávamos melhor no último e desta vez decidimos apostar nesse”.

Porém, esta não será uma adaptação da série ou dos livros de George R. R. Martin, apenas terá lá a sua inspiração e ideias-base. “O nosso público é que vai criar (de raiz) as quatro famílias e a história toda”, esclareceu Paula Carvalho.

“O Jogo dos Tronos estreia” esta sexta-feira e repete nas noites de 4, 11 e 18 de Novembro, sempre no Auditório Carlos Paredes, que tem capacidade para 108 lugares. Os bilhetes podem ser reservados através de email ou comprados à entrada, e custam 7€.

Texto editado por Ana Fernandes

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