Mota Engil quer aumentar volume de negócios em 60% até 2020

Grupo apresentou plano estratégico ao mercado onde se compromete a continuar a reduzir a divida e a alienar activos não estratégicos.

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fvl Fernando Veludo/NFACTOS

O plano estratégico para os próximos cinco anos do grupo Mota Engil tem como principal objectivo aumentar o volume de negócios em 60%, conseguindo em 2020 gerar quatro mil milhões de euros nas três principais áreas geográficas onde marca presença (Europa, África e América do Sul, onde tem conseguido maiores taxas de crescimento). Em 2015 o volume de negócios cresceu 2% face ao ano anterior e fixou-se em 2,4 mil milhões de euros.  

Num comunicado enviado ao mercado, o grupo de António Mota aponta que a geração de cash-flow é um dos principais objectivos do grupo, que ambiciona conseguir acumular mil milhões de euros nos próximos cinco anos. A este valor acrescem os quase 500 milhões de euros que resultam da alienação da Tertir, Indaqua, Ascendi e activos imobiliários.

Os outros dois vectores do triângulo estratégico do grupo passam pelo risco controlado (o que obriga a uma maior selecção de investimentos e maior controlo nas parcerias) e pelo crescimento sustentável (o que implica reduzir a dívida, alienar activos não estratégicos e apostar claramente na cadeia de valor das infraestruturas e na rentabilidade).

O objectivo de atingir um volume de negócios de quatro mil milhões de euros em 2020 implica um reposicionamento do grupo Mota Engil como empresa global especializada em infraestruturas, mas também depende muito de factores que a empresa não conseguirá controlar: a retoma das economias africanas, a recuperação do preço das commodities (matérias-primas) e a manutenção da apetência de investidores para financiamento de grandes projectos em África e América Latina, quer através de equity quer através de financiamento clássicos. Outros factores ainda, em que a empresa terá mais margem para actuação  é “o crescimento do volume de negócios com menor exigência de fundo de maneio e com a existência de dois mercados core em cada região que assegurem 60% da facturação da respectiva região”.

De acordo com o documento entregue na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários o grupo pretende fazer um reforço da sua estrutura de capitais, fazendo uma redução nominal da sua divida liquida. Em 2020 a dívida líquida deverá financiar negócios de não construção e as participações financeiras em concessões de infraestruturas.

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