Com o centro académico do Caleidoscópio, a academia integra-se na cidade

O espaço no Jardim do Campo Grande, em Lisboa, é inaugurado esta segunda-feira e vai estar aberto 24 horas por dia.

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O novo equipamento da Universidade de Lisboa vai estar aberto a todos os universitários da cidade Miguel Manso

A partir desta segunda-feira os estudantes universitários de Lisboa vão ter à sua disposição um centro de estudo, aberto 24 horas por dia, no Caleidoscópio, no Jardim do Campo Grande. Destacando a “qualidade” da obra de transformação do edifício, o reitor da Universidade de Lisboa mostra-se convicto de que ela vai contribuir para “a integração da academia dentro da cidade”.

Com a abertura deste equipamento, “a parte Norte do Jardim do Campo Grande vai passar a estar cheia de estudantes”, diz António Cruz Serra em entrevista ao PÚBLICO. O reitor fala numa “muito boa notícia” para Lisboa e para a comunidade académica e antecipa que os 200 lugares disponíveis “irão estar muitas vezes cheios”.

O Caleidoscópio, explicou, será um espaço aberto “aos estudantes de todas as universidade de Lisboa, públicas e privadas”. Para o utilizar, os interessados só terão que apresentar o seu cartão da universidade, após o que poderão usufruir da rede wi-fi existente no espaço, que está também equipado com impressoras.

Além da área de estudo, o edifício tem agora um auditório com cerca de 70 lugares, que António Cruz Serra espera que seja palco de iniciativas culturais várias, promovidas tanto pela Universidade de Lisboa como pelos próprios estudantes.

Na cave do imóvel existe uma galeria de exposições, que na inauguração do Caleidoscópio albergará uma mostra de fotografias do passado e do presente do edifício hexagonal, projectado por Nuno San Payo e construído da década de 70 do século XX. Depois disso, antecipa o reitor, a intenção é que “estudantes da Faculdade de Belas-Artes e outros” aí possam “expor os seus trabalhos”.

No Caleidoscópio haverá ainda uma loja da Universidade de Lisboa e “uma biblioteca/centro de documentação”, sendo disponibilizados aos utilizadores “postos de consulta de bases de dados bibliográficas, de artigos científicos e teses que vão poder consultar”.

“Devemos estar todos muito contentes com esta obra, do ponto de vista estético e de conforto de utilização”, sublinha António Cruz Serra, defendendo que “se os estudantes querem estudar o mínimo que se pode fazer é dar-lhes condições”. “Devemos ter à disposição das nossas universidades públicas boas condições”, continua, assegurando que é isso mesmo que quem se dirigir ao Caleidoscópio vai encontrar.

A funcionar 24 horas por dia, o espaço terá segurança permanente, explica o reitor, acrescentando que também a limpeza será conforme a essa característica. O facto de o novo centro de estudos se localizar no interior do Jardim do Campo Grande é também valorizado por António Cruz Serra, que sublinha que graças a esse “isolamento” não haverá residentes a quem o espaço cause “perturbação”.

O reitor faz também questão de lembrar a forma “muito interessante” que se encontrou para realizar as obras no Caleidoscópio. Com um orçamento superior a dois milhões de euros, a empreitada de reabilitação foi assumida pela Sistema McDonald’s Portugal, como “contrapartida por uma concessão de longo prazo” de parte do edifício.

António Cruz Serra nota que o restaurante, que abriu no passado mês de Maio e que tem a valência de “McDrive” (que permite aos clientes adquirirem uma refeição sem abandonarem os seus veículos), ocupa cerca de um quarto do Caleidoscópio.

Foi em 2011 que o edifício foi entregue pela Câmara de Lisboa à Universidade de Lisboa, por um período de 50 anos. Na altura a expectativa era que a transformação do espaço ficasse concluída até ao final do primeiro semestre do ano seguinte, mas as obras acabaram por só começar em Julho de 2015.

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