Alcoitão vai ter ciência em “casa” própria

Novo instituto de investigação deverá nascer até 2018 e vai dedicar-se às lesões vertebro-medulares

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O projecto de criação de um instituto de investigação vai focar-se nas lesões vertebro-medulares e apostar sobretudo nas “terapias celulares, robótica e neuro-imagem" Rui Gaudêncio

É uma nova área de investimento e intervenção da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e poderá ser uma marca do mandato do provedor Pedro Santana Lopes. Depois dos Prémios Santa Casa Neurociências, que tiveram a sua primeira edição em 2013, a instituição prepara-se agora para um projecto mais ambicioso no campo da ciência: criar um centro de investigação de excelência “intramuros”, ou seja, unindo os esforços e recursos do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) e da Escola Superior de Saúde. Terapias celulares, robótica e neuro-imagem são algumas das principais linhas de investigação dedicada deste novo instituto especializado em lesões vertebro-medulares que poderá nascer em Cascais até 2018.

Pedro Santana Lopes já falou várias vezes no projecto de criação de um novo instituto de investigação. “Vai ser um investimento muito significativo, vários milhões de euros, esperamos que comparticipado por fundos comunitários”, disse recentemente numa entrevista ao Diário de Notícias. Rita Paiva Chaves, directora do Departamento de Qualidade e Inovação, adianta que o instituto, que será construído ao lado do CMRA até 2018, vai-se focar nas lesões vertebro-medulares e apostar sobretudo nas “terapias celulares, robótica e neuro-imagem”. O que se pretende é ir além das respostas que são actualmente dadas no plano da prestação de cuidados de saúde aos doentes do CMRA e procurar novas soluções. “Vai ter uma componente muito forte em neuro-imagem funcional que permite acompanhar o trabalho assistencial do CMRA e beneficiar da proximidade dos doentes e vai ter linhas de investigação próprias com investigadores próprios e vai trabalhar com a Escola Superior de Saúde, também próximo, na formação de profissionais para a investigação científica”, especifica Rita Chaves, adiantando que este pólo vai trabalhar muito em articulação com redes internacionais. Pretende-se ainda dotar de mais meios e aprofundar a investigação que já é feita no centro de Alcoitão, nomeadamente nos estudos sobre a optimização do recurso à realidade virtual e da robótica nos processos de reabilitação e sobre o uso de novos fármacos como a toxina botulínica.

Além deste projecto, a SCML vai manter o apoio à investigação “externa” com os Prémios Neurociências (o Prémio Melo e Castro para projectos na área das lesões vertebro-medulares e o Prémio Mantero Belard, que reconhece trabalhos na área das doenças neuro degenerativas) que representam um investimento total e anual de cerca de 400 mil euros e que já vai na quarta edição. A este investimento somam-se ainda outras acções recentes da SCML para a promoção da inovação, nomeadamente o programa de apoio à investigação científica em Esclerose Lateral Amiotrófica (50 mil euros atribuídos a cada dois anos para financiar um bolseiro) e a realização de conferências e simpósios sobre os avanços da ciência.

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