Concessão de crédito sobe quase 50% em Junho

Dados da associação de instituições de crédito especializado (ASFAC) mostram que empréstimos foram de 752 milhões de euros, com destaque para os empréstimos a fornecedores e para o crédito pessoal.

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Crédito para compra de automóveis usados supera financiamento para veículos novos Rui Farinha

A concessão de empréstimos por parte das empresas especializadas continuar a crescer a dois dígitos, com os dados de Junho, fornecidos ao PÚBLICO pela associação de instituições de crédito especializado (ASFAC), a mostrar um crescimento de 47,7% em termos homólogos, subindo para 752 milhões de euros.

Deste valor, é o crédito ligado a fornecedores (stock) o que tem mais peso, ao atingir 425 milhões de euros (mais de metade do total), o que mostra a importância deste segmento de negócio para o sector.

Em termos homólogos, a subida deste tipo de crédito foi de 73%. Por regra, estes financiamentos estão ligados a necessidades de tesouraria (devido a factores como atrasos nos recebimentos de pagamentos), apoiando a aquisição de novos produtos.

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Para o presidente da ASFAC, António Menezes Rodrigues, os dados de Junho, que completam o segundo trimestre, evidenciam que o sector está “a recuperar das quebras sentidas entre 2009 e 2012”, destacando que é o financiamento das empresas (para reposição de stocks) que está a funcionar como principal impulsionador.

Numa análise semestral, o total destes créditos chegou perto dos dois mil milhões de euros (mais 46%), o que representa quase o dobro de todo o crédito clássico (dominado pelo crédito aos particulares, para consumo) e supera mesmo os valores totais ligados ao consumo, incluindo aqui o revolving (que engloba os cartões de crédito). Isto, apesar de o crédito ao consumo para particulares e do crédito revolving estarem a crescer a bom ritmo. Em Junho, as subidas foram de 32,4% (para 185 milhões) e de 14,3% (para 130 milhões), respectivamente.

Olhando para o crédito clássico, verifica-se que os empréstimos para aquisição de automóveis (com principal incidência nos particulares, responsáveis por 92% do montante global) constituem a maior fatia: em Junho, o valor foi de 146 milhões de euros, ou seja, mais 34%. Em termos semestrais, o valor chegou aos 786 milhões de euros, o que representa uma subida de 38%. O dinheiro serve principalmente para a compra de veículos usados, de passageiros, que, em Junho foram alvo de 93,5 milhões de euros, contra os 43 milhões de automóveis novos. Ainda assim, a aquisição de carros a estrear teve uma subida de 37,2% no mês em análise, superior aos 31,6% dos veículos em segunda mão.

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