Incêndios mobilizaram mais de quatro mil homens ao longo do dia

Na freguesia de Melres e Medas, Gondomar, as chamas chegaram a estar perto de habitações. Um bombeiro sofreu uma "intoxicação" e outro uma queda.

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O combate às chamas na freguesia de Melres e Medas, no concelho de Gondomar, foi dificultado pelas altas temperaturas e pelo vento Marco Duarte/NFACTOS
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Está a ser um dia muito atarefado para bombeiros de quase todo o país. Mais de 4000 já participaram em acções de combate a mais de 250 incêndios rurais. Chegaram a estar perto de 600, ao mesmo tempo, a combater cinco fogos em Cinfães, Mêda, Baião, Gondomar e Arcos de Valdevez. Dois bombeiros tiveram de receber assistência médica. 

Perto das 21h, estavam "em aberto" perto de 70 incêndios. E a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) avisava em comunicado que, para domingo se mantêm e, nalguns acasos, até se agravam os índices de risco de incêndio. A maior parte do país apresenta risco "elevado", "muito elevado" ou "extremo" o que levou "à determinação de elevar o Estado de Alerta Especial para todo o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais" para o nível laranja, o que significa, explica, mais efectivos disponíveis para o combate.

Durante grande parte deste sábado, as chamas ameaçaram casas nos lugares de Vilarinho e Moreira, na freguesia de Melres e Medas, no concelho de Gondomar. Os moradores só respiraram de alívio perto das 16h30, adiantou Marco Martins, presidente da autarquia, ao PÚBLICO. "O vento parou e ouve um reforço de meios", clarificou.

O incêndio deflagrara na sexta-feira por volta das 15h. Chegou a ter uma das duas frentes dominadas. Durante a noite, houve diversos reacendimentos e este sábado de manhã aproximou-se das habitações. Por precaução, foram todas evacuadas. Os moradores tratavam de ajudar.

Ao longo do dia, a prioridade foi proteger as casas ameaçadas. Acabar-se-ia por não conseguir salvar alguns anexos.

A tarefa foi dificultada pelas altas temperaturas e pelo vento, conforme explicou Marco Martins. Soprava com alguma intensidade e amiúde mudava de direcção. Já perto das 17h, havia ainda uma frente activa, mas as casas já não estavam em perigo. "É ver se conseguimos controlar isto enquanto é dia", comentou. Naquela altura, o sinistro mobilizava ainda 108 homens, 37 viaturas e dois meios aéreos. Pelas 21h o site da ANPC continuava, contudo, a informar que se mantinha activa uma frente, com 137 operacionais envolvidos no combate.

Fonte dos Bombeiros de Melres disse à Lusa que um elemento daquela corporação foi transportado para o Hospital de Santo António, no Porto, com uma "intoxicação". Um bombeiro de corporação de São Mamede de Infesta ficou ferido por causa de uma "queda" e também seria levado para o hospital. 

No site da ANPC merecia ainda destaque um incêndio em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês. 

Desde quinta-feira que as chamas avançam mato adentro na freguesia da Gavieira, nos Arcos de Valdevez. “Está complicado”, disse a operadora de serviço no Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo ao PÚBLICO. "É uma zona de difícil acesso. Não tem acesso de carro", esclareceu. Ao fim do dia, ainda envolvia sete entidades, que mobilizavam 240 bombeiros, apoiados por 75 meios terrestres.

Entretanto, em Souto de Lafães, Oliveira de Frades, Viseu, assumiu grandes proporções o incêndio que deflagrou às 13h25. Às 17h00, estavam no local 147 homens, 39 meios terrestres, um meio aéreo. Em São Cristóvão da Nogueira, no concelho de Cinfães, no mesmo distrito, as chamas, que demoravam mato desde as 10h26, estavam a ser combatidas por 64 homens.

Naquela hora, o site da ANPC mostrava outros pontos críticos. No Rabaçal, no concelho de Mêda, no distrito da Guarda, o incêndio começara às 09h33 e estava a ser combatido por 172 homens, 50 meios terrestres e um meio aéreo. No mesmo distrito, na freguesia do Sameiro, no concelho de Manteigas, em plena Serra da Estrela, um incêndio mobilizava 107 bombeiros, 38 viaturas.

Até às 21h, a ANPC tinha registado um total de 261 incêndios rurais em todo o país, a envolver 4000 homens e mais de mil meios terrestres. Os distritos mais fustigados eram o Porto (81 ocorrências, 750 homens), Viseu (23 ocorrências, 525 homens) e Aveiro (40 ocorrências, 450 homens).

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