Pharol convicta de que administração da Oi está a actuar no melhor interesse da operadora

Empresa liderada por Palha da Silva alerta que "medidas que gerem instabilidade, em desacordo com o estatuto social e interesses da Oi, poderão causar os maiores prejuízos materiais e à imagem" da operadora.

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Societé Mondiale pediu convocação de assembleia geral para apreciar destituição de administradores REUTERS/Nacho Doce

A Pharol, accionista de referência da Oi, afirmou nesta sexta-feira que está convicta de que o conselho de administração da operadora de telecomunicações brasileira está a cumprir e a actuar no melhor interesse da empresa.

Esta posição surge depois de accionistas titulares de cerca de 6,6% da Oi terem solicitado ao conselho de administração da operadora "a convocação de assembleia extraordinária de accionistas para deliberar, entre outras matérias, sobre a substituição de membros" daquele órgão.

"A Pharol tem atuado, como accionista, na defesa dos interesses da Oi, e entende que o conselho de administração da companhia tem vindo a adoptar as medidas necessárias, tanto para protecção dos seus activos, como para a superação da crise económico-financeira que a Oi enfrenta", refere a empresa liderada por Luís Palha da Silva, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa portuguesa "está convicta de que todos e cada um dos membros do conselho de administração da Oi estão a cumprir e continuarão a observar os seus deveres fiduciários e actuar no melhor interesse da companhia, actuando os mecanismos de governança previstos no estatuto social da Oi e os direitos de voto dos accionistas, nos termos da lei, de modo a cumprir a estratégia e o plano traçado, com o objectivo único de viabilizar a sua recuperação financeira".

A Pharol refere que o pedido de recuperação judicial da Oi recentemente apresentado "insere-se nessa estratégia, ao procurar um processo organizado de renegociação dos seus passivos e de protecção legal de todos os stakeholders [partes envolvidas]" da operadora.

A empresa liderada por Palha da Silva adianta que "espera que os membros do conselho de administração da Oi continuem atentos ao eventual aparecimento de investidores - seja do lado do equity, seja do lado dos credores - centrados no retorno oportunístico do seu capital e que, muitas vezes, atuam de forma a obter uma posição negocial vantajosa, em detrimento dos interesses das sociedades que atravessam dificuldades financeiras".

Alerta que "medidas que gerem instabilidade, em desacordo com o estatuto social e interesses da Oi, poderão causar os maiores prejuízos materiais e à imagem da Oi", pelo que "devem ser evitadas por todos os accionistas".

"A Pharol permanece alinhada com o cumprimento do compromisso assumido e amplamente divulgado de promover a recuperação da situação financeira da Oi e manterá os seus accionistas informados acerca de qualquer desenvolvimento sobre o tema", conclui.

O accionista Societé Mondiale Fundo de Investimento em Ações, representado pela gestora Bridge Administradora de Recursos, que detém 6,64% do capital da operadora, requereu ao Conselho de Administração a convocação de uma assembleia-geral extraordinária no prazo de até oito dias.

A deliberação sobre a destituição dos membros portugueses do Conselho de Administração da operadora, em votações individuais, é um dos pontos da ordem de trabalhos.

Entre titulares e suplentes, o accionista propõe então que sejam destituídos Rafael Mora, Nuno Vasconcellos, João Vicente Ribeiro, João Castro, Pedro Guterres, Luís Palha da Silva, Maria do Rosário Pinto Correia, André Navarro e Pedro Morais Leitão, todos da Pharol, que detém 27,5% da Oi.

A Oi tinha convocado para 22 de Julho uma assembleia-geral extraordinária para ratificar o pedido de recuperação judicial entregue para tentar manter a continuidade do negócio.

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