Cerca de 300 postos de trabalho em risco no Parque Industrial da Autoeuropa

Representantes dos trabalhadores querem reunir com Governo para atenuar impactos da passagem a um turno na Volkswagen Autoeuropa

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Produção na Autoeuropa vai ser reduzida de dois para um turno em Setembro, afectando o negócio de empresas fornecedoras Daniel Rocha

Pelas contas das comissões de trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa, a redução de dois para um turno a partir de Setembro na fábrica de Palmela vai pôr em risco 300 postos de trabalho.

Depois de uma reunião convocada para analisar as consequências da quebra de produção, representantes de 13 empresas dizem “estranhar” o facto de “nunca” terem sido consultados pelas empresas que fornecem a Autoeuropa no sentido de “contribuir para um trabalho conjunto, com o objectivo de salvaguardar os postos de trabalho em risco”, lê-se num comunicado da coordenadora das comissões de coordenadores do Parque Industrial, divulgado nesta terça-feira.

Os trabalhadores querem reunir com o Governo para encontrar soluções alternativas ao despedimentos, já que com o arranque de produção de um novo modelo no segundo semestre de 2017 será preciso dar formação, argumentam. “Qualquer acção de formação será sempre mais barata do que lançar trabalhadores no desemprego com o respectivo subsídio”, refere o comunicado, onde se pede apoio aos ministérios da Economia e do Trabalho, assim como aos grupos parlamentares.

De acordo com Daniel Bernardino, da Coordenadora das Comissões de Trabalhadores, a estimativa dos 300 postos de trabalho em risco foi confirmada junto das empresas do Parque Industrial que fornecem a Autoeuropa. Em declarações à Lusa, afirmou que organizações como a Faurécia deverão despedir apenas 20 trabalhadores, quando a expectativa dos próprios trabalhadores apontava para cerca de 40, mas também há casos em que o número de trabalhadores despedidos deverá ultrapassar largamente as estimativas das Comissões de Trabalhadores, como acontece na Vampro, em que a própria empresa terá admitido que pretende prescindir de cerca de 60 funcionários.

"Teria sido bom que as administrações das empresas do parque industrial se tivessem disponibilizado para reunir com a Coordenadora das Comissões de Trabalhadores, para ouvirem a nossa opinião e conhecer melhor as nossas propostas, mas limitaram-se a dialogar com as Comissões de Trabalhadores de cada uma dessas empresas, o que é perfeitamente legítimo", disse o sindicalista.

"Acreditamos que, a exemplo do que fez a própria Autoeuropa, é possível evitar os despedimentos através de um plano de formação, tal como se fez em 2009 com o Programa de Apoio ao Sector Automóvel (PASA), plano esse que viria a ser aplicado a nível nacional", sublinhou ainda.

A Autoeuropa vai reduzir o período laboral de dois para apenas um turno a partir de Setembro, mas conseguiu encontrar soluções, incluindo planos de formação, que permitem evitar despedimentos até ao início de produção do novo modelo atribuído à fábrica de Palmela.

Uma realidade distinta do que poderá vir a acontecer nas outras 13 empresas do parque industrial, com cerca de 1600 trabalhadores. Com Lusa

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