Japão adia subida do IVA por mais dois anos e meio

Primeiro ministro Shinzo Abe diz que é preciso cumprir planos de revitalização da economia para combater a deflação.

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Shinzo Abe ainda tenta combater a deflação no Japão AFP PHOTO / KAZUHIRO NOGI

Com receio de fazer regressar a economia a uma recessão, o primeiro ministro japonês anunciou esta quarta-feira que decidiu adiar a planeada subida do IVA de 8% para 10% para daqui a dois anos e meio, uma opção que pode ter consequências nas metas orçamentais definidas pelo Governo.

Esta é a segunda vez que Shinzo Abe adia o agravamento do imposto sobre o consumo, uma medida que fazia parte dos planos de revitalização da economia japonesa conhecidos como “Abenomics”. O Governo japonês pretendia, a par com medidas de estímulo monetário e orçamental, compensar o aumento da despesa com subidas progressivas do imposto sobre o consumo, que permitissem limitar a subida da dívida pública que neste momento já supera os 200% do PIB.

Em Abril de 2014, o Governo subiu a taxa do imposto de 5% para 8%. No entanto, o impacto na actividade económica foi bastante negativo, com a economia a entrar de novo em recessão e o Japão a enfrentar novamente pressões deflacionistas fortes.

Foi por isso que, no ano passado, altura para o qual estava previsto inicialmente mais um acréscimo do imposto, para 10%, Shinzo Abe decidiu adiar a medida, tentando evitar novos efeitos negativos numa economia que ainda não conseguiu livrar-se da ameaça da deflação.

Agora, indo ao encontro da generalidade das expectativas, o primeiro-ministro voltou a adiar a decisão. Num encontro com membros do parlamento, Abe disse querer cumprir a sua responsabilidade ao “acelerar o ‘Abenomics cada vez mais” e anunciou que a subida do imposto sobre o consumo apenas irá acontecer dentro de dois anos e meio.

Do lado do Governo japonês, assegura-se que o objectivo de colocar o saldo orçamental primário em terreno positivo no ano de 2020 se mantém, mas este recuo nos impostos pode constituir uma ameaça a estas contas.

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