Prisão preventiva para os sete suspeitos da morte e sequestro de empresário em Braga

Os suspeitos, incluindo dois advogados e um economista, estão indiciados pelos crimes de sequestro, homicídio qualificado, profanação de cadáver, incêndio e falsificação de documento.

O tribunal de instrução criminal de Guimarães decidiu na madrugada deste sábado decretar a prisão preventiva para os sete detidos na Operação Fireball, suspeitos pelo envolvimento na morte e sequestro do empresário de Braga, João Paulo Fernandes, de 42 anos. A informação foi divulgada pela Procuradoria-Geral Distrital do Porto através de um comunicado divulgado depois das 2h00 no site da instituição.

A mesma nota refere que o tribunal ''considerou fortemente indiciada a prática, por todos os arguidos, em co-autoria e em concurso real, dos crimes de sequestro, homicídio qualificado, profanação de cadáver, incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas, falsificação ou contrafacção de documento''. Relativamente a dois dos arguidos o juiz de instrução considerou igualmente indiciado o crime de detenção de arma proibida.

''Todos os arguidos foram sujeitos pelo tribunal às medidas de coacção de prisão preventiva e de proibição de contactos entre si'', lê-se na nota. A Procuradoria-Geral Distrital do Porto dá conta que a decisão do juiz de instrução ''acolheu o que fora promovido pelo Ministério Público, seja quanto às conclusões jurídico-penais a extrair da matéria fáctica, seja quanto às medidas de coacção a aplicar".

Os sete suspeitos, incluindo dois advogados e um economista, todos irmãos, foram detidos pela Polícia Judiciária na última terça-feira, tendo sido apresentados no dia seguinte ao juiz de instrução Brazilino Carvalho. Os suspeitos só começaram de facto a ser ouvidos pelo magistrado na sexta-feira, tendo antes os respectivos advogados estado a consultar os elementos que o juiz considerou que poderiam ter acesso nesta fase.   

Recorde-se que João Paulo Fernandes tinha sido sequestrado junto a sua casa, em Braga, a 11 de Março, na presença da filha de oito anos. A Polícia Judiciária acredita que foi morto horas depois e que o objectivo do rapto sempre foi assassinar a vítima.

Um dos advogados detidos pela PJ tinha sido indicado publicamente como suspeito pelo pai de João Paulo Fernandes, em declarações ao Jornal de Notícias, duas semanas após o sequestro do filho. O empresário reconheceu então que tinha feito, com a ajuda daquele profissional, um negócio fictício para esconder o seu património dos credores já que tanto as empresas que tinha como ele próprio estavam insolventes.  O advogado, também ouvido pelo JN, resumia tudo a uma infâmia.

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