Passos convida Guterres para almoço com líderes do centro-direita

Líder do PSD enviou mais de 300 cartas a responsáveis políticos de todo o mundo em que elogia a “competência” do candidato português a secretário-geral das Nações Unidas.

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Passos Coelho em 2013, quando era primeiro-ministro, a assistir ao lançamento do livro António Guterres - Os Segredos do Poder Miguel Manso

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, convidou António Guterres, candidato a secretário-geral das Nações Unidas, para um almoço da Internacional Democrata do Centro (IDC), uma associação que reúne partidos democratas-cristãos e de centro-direita de todo o mundo. É mais um sinal do forte apoio – desta vez com projecção internacional - dado pelo líder social-democrata à candidatura “verdadeiramente nacional” do antigo primeiro-ministro português.

O almoço decorre em Lisboa, no âmbito de uma reunião do comité executivo da IDC, onde estão representados os líderes políticos da família do Partido Popular Europeu a que pertence o PSD e o CDS. Passos Coelho estará no almoço acompanhado por António Guterres, que fará uma intervenção. O líder social-democrata tem-se empenhado no apoio à candidatura do socialista a secretário-geral das Nações Unidas e, nesse sentido, enviou cartas a vários líderes partidários europeus e mundiais a pedir apoio à candidatura do português. Entre as 300 missivas enviadas está a maioria dos primeiros-ministros europeus. Na carta a que o PÚBLICO teve acesso, Passos Coelho elogia Guterres como “particularmente competente, experiente” e com “o perfil adequado às responsabilidades únicas do cargo de secretário-geral da ONU”.

O líder do PSD recorda a “longa carreira de serviço público” do antigo primeiro-ministro socialista (entre 1995 e 2002), em que “já provou capacidade de liderança e competências de gestão nos mais elevados patamares”, atribuindo-lhe “inegável talento diplomático, comunicativo e multilingue”.

Nos elogios à candidatura, o ex-primeiro-ministro social-democrata considera que Guterres exerceu as suas funções, tanto no plano nacional como no cargo de Alto Comissariado para os Refugiados, com “irrepreensível imparcialidade, competência e eficácia” e “uma consciência humanitária entranhada”. É ainda referido “um profundo compromisso para com a reforma e a inovação, dando uma prioridade consistente às questões de género, tanto no terreno como no plano das organizações”. 

Com data de 7 de Março, a carta termina pedindo “apoio” à candidatura, que já tinha sido formalizada pelo Governo português. “É uma candidatura verdadeiramente nacional, que goza de um amplo apoio em todo o espectro político português”, assinala Passos Coelho.

O PSD já tinha dado um sinal de apoio a António Guterres quando o convidou para participar nas jornadas parlamentares da bancada, no passado mês de Fevereiro.

O processo de selecção para a escolha do sucessor de Ban Ki-moon já se iniciou. Na passada terça-feira, António Guterres fez a primeira audição do processo em que concorrem mais sete candidatos.

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