Vivendi compra 15% do capital da Fnac

Operação de 159 milhões de euros vai realizar-se via aumento de capital.

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A Fnac quer reforçar a presença no sul da Europa e em África Olivier Morin/AFP

A francesa Vivendi, dona da editora Universal Music e do canal de televisão privado Canal +, anunciou esta terça-feira a aquisição de 15% da Fnac, por via de um aumento de capital de 159 milhões de euros. A operação, que ainda está sujeita à aprovação dos accionistas da Fnac, fará da Vivendi a segunda maior accionista da cadeia internacional de bens culturais e equipamentos electrónicos, a seguir à família Pinault.

Segundo a imprensa francesa, com esta injecção de capital a Fnac poderá ter conseguido o músculo financeiro para reforçar a oferta de serviços culturais (como a realização de espectáculos, ofertas de conteúdos digitais e os serviços de bilheteira), mas também ter encontrado um parceiro para se aventurar numa nova oferta pela Darty, o grupo de electrónica e tecnologia cotado na bolsa de Londres que já recusou uma primeira oferta da Fnac, liderada por Alexandre Bompard.

A Vivendi, presididia por Vincent Bolloré, passará a poder nomear dois membros para o conselho de administração da Fnac, onde terá a segunda maior representação a seguir à família Pinault, dona do grupo internacional de artigos de luxo Kering, que detém 33% do capital da Fnac através da holding Artemis.

O jornal Le Figaro recorda que, há mais de 20 anos, o grupo Pinault-Printemps-Redoute, fundado por François Pinault, comprou a Fnac à Compagnie Générale des Eaux, a companhia de distribuição de águas, que viria a dar origem ao grupo Vivendi.

Com esta nova aliança estratégia, a Vivendi (que detém, além do Canal +, empresas de produção de conteúdos e jogos) consegue garantir mecanismos de distribuição privilegiados dos seus produtos, com o acesso aos clientes da Fnac. A Vivendi frisou em comunicado que o negócio permitir-lhe-á desenvolver um “projecto inovador, criador de valor a longo prazo”.

Citada pelo Le Monde, uma porta-voz da Fnac refere que a entrada do novo accionista dará “maior flexibilidade financeira” ao grupo e contribuirá para acelerar o processo de internacionalização. A empresa já está em nove países, incluindo Portugal, mas quer reforçar a presença no “sul da Europa e em África”, onde a Vivendi já está presente há mais de 20 anos.

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