O Wyoming deu a Bernie Sanders um pouco mais de impulso na corrida à nomeação pelo Partido Democrata nas presidenciais – a vitória no caucus (assembleias) do pequeno estado é a sétima do senador do Vermont nas últimas oito eleições. Triunfos que, ainda assim, pouco servem para encurtar a distância que o separa de Hillary Clinton, em vésperas das decisivas primárias em Nova Iorque.

“Notícia de última hora – acabámos de vencer no Wyoming”, anunciou Sanders durante um comício com apoiantes no bairro de Queens, em Nova Iorque, depois de ser informado pela mulher dos resultados da votação, sábado à noite. “Estamos a aproximarmo-nos muito depressa”, garantiu, entusiasmado.

Sanders bateu Clinton com facilidade nos estados de Washington, Alasca, Hawai, Idaho, Utah e Wisconsin, mas os poucos delegados em disputa e a sua distribuição proporcional deixam Sanders muito atrás de Clinton – no Wyoming eram apenas 14 delegados em liça e cada um dos candidatos conseguiu sete. O jornal New York Times escreve que os ganhos de Sanders nestas últimas etapas da corrida são mais “uma nova prova da debilidade de Clinton entre os eleitores brancos e liberais” do que mérito do senador do Vermont.

Clinton tem actualmente mais 250 delegados do que o adversário, uma vantagem que aumenta quando se tem em conta os 469 superdelegados (dirigentes do partido que têm liberdade de voto na convenção) que já lhe garantiram o seu apoio.

É, por isso, grande a expectativa para perceber se o senador do Vermont consegue surpreender Clinton em Nova Iorque, o mais decisivo dos próximos estados a votar – em disputa vão estar 291 delegados, mais de 10% do total necessário para obter a maioria na Convenção Democrata e garantir a nomeação às presidenciais. As sondagens indicam que Clinton, que foi senadora por Nova Iorque, tem uma vantagem de dez pontos percentuais sobre o adversário.

Na outra frente de batalha para as eleições de Novembro, Ted Cruz carimbou o domínio nas primárias republicanas no Colorado, batendo Donald Trump em todas os círculos eleitorais que votaram no sábado, arrecadando um total de 34 delegados no estado. O senador do Texas tinha já vencido Trump no Wyoming, em Março, e voltou a fazê-lo na semana passada no Wisconsin, beneficiando da grande mobilização do aparelho partidário, apostado em tentar travar o milionário e impedi-lo de obter a maioria absoluta dos delegados na convenção de Julho no Ohio. Uma estratégia com riscos elevados, como demonstra uma sondagem da Reuters e do instituto Ipsos em que um terço dos apoiantes de Trump admitem não votar no candidato republicano se o milionário não conseguir a nomeação.