Prisão preventiva para um dos suspeitos do tiroteio na Ameixoeira

Dois homens, um de 24 e outro de 42 anos, foram detidos esta terça-feira pela Polícia Judiciária.

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Um dos dois suspeitos do tiroteio que ocorreu há uma semana na Ameixoeira, em Lisboa, e que provocou ferimentos em três polícias e duas mulheres, ficou em prisão preventiva, depois de interrogatório judicial. O outro suspeito, de 24 anos, saiu em liberdade, com obrigatoriedade de apresentações semanais na esquadra da sua área de residência durante o desenvolvimento do inquérito-crime.

Os homens foram detidos esta terça-feira pela Polícia Judiciária. Terão baleado, na semana passada, três agentes da PSP que se deslocaram ao bairro da Ameixoeira e dois moradores. Em comunicado, a Judiciária esclarece que contra os dois homens, o mais velho dos quais tem 42 anos, existem fortes “indícios da prática de crimes de homicídio na forma tentada”. 

“Os factos foram cometidos na passada terça-feira, cerca das 20h, no bairro da Ameixoeira, quando os presumíveis autores, na sequência de conflitos antigos mantidos entre as famílias de ambos, efectuaram vários disparos na via pública, os quais vieram a atingir e ferir três elementos da PSP que tinham acorrido ao local, bem como duas outras pessoas”, acrescenta a Judiciária.

De acordo com aquela polícia, os três agentes da PSP e as duas mulheres civis que ficaram feridos durante o tiroteio “foram assistidos em unidade hospitalar não correndo, de momento, perigo de vida”. Dois agentes feridos tiveram alta hospitalar logo na madrugada de quarta-feira, após o tiroteio. O terceiro polícia saiu do hospital esta segunda-feira, adiantou o porta-voz da PSP, o intendente Hugo Palma.

Depois dos disparos e ainda na noite de terça-feira, a PSP apreendeu uma caçadeira e realizou buscas no bairro à procura de mais armas. No dia seguinte, o bairro, onde muitos moradores admitem a proliferação de armas, acordava num cenário inverso ao da noite: o forte contingente policial deu lugar a um policiamento discreto nas imediações do aglomerado habitacional. 

Na sexta-feira, porém, a PSP voltou ao bairro. Numa operação, que decorreu de manhã, seis pessoas foram detidas. A PSP fez ainda 13 buscas e a apreendeu várias armas.

Face ao facto de existirem agentes da PSP baleados, esta força policial está atenta ao desenrolar do caso, apesar de não o investigar formalmente e de alegadamente não ter tido qualquer envolvimento na operação da PJ em que foram detidos os dois suspeitos.

O tiroteio resultou de uma discussão fruto de uma desavença que dura há vários anos entre duas famílias de etnia cigana. Na terça-feira, ainda à hora do almoço, elementos das partes desavindas — todos feirantes — sentaram-se e decidiram voltar a discutir uma dívida resultante de um negócio de venda de roupa. No centro da contenda está um contentor de roupa que uma família vendeu à outra, há vários anos, mas cuja dívida nunca terá sido saldada, explicaram fontes policiais ao PÚBLICO.

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