Emissão de vistos gold acelerou em Fevereiro para 144

Investimento mais do que duplicou face a Janeiro e continua dominado pelo imobiliário.

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Compra de imóveis continua a merecer a preferência dos investidores estrangeiros. Paulo Pimenta

Em Fevereiro foram atribuídas 144 Autorizações de Residência para Investimentos (ARI), também conhecidas por vistos gold, o que corresponde a mais do dobro face às 65 verificadas em Janeiro.

De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o total de investimento também mais do que duplicou, passando de 35 milhões para perto de 90 milhões de euros.

A aquisição de imóveis, que implica um investimento mínimo de 500 mil euros, continua a dominar, com 136 ARI. O dinheiro aplicado por cada autorização terá, no entanto, implicado montantes mais elevados, dado o volume de investimento global realizado.

Houve seis vistos gold garantidos através da transferência de capital, que tem de corresponder a um mínimo de um milhão de euros. Por criação de emprego continuam a verificar-se apenas cinco autorizações, uma das quais em Janeiro do corrente ano.

Os chineses continuam a destacar-se, com 97 ARI, seguidos dos brasileiros, com 13. Os restantes foram concedidos a russos (5), a sul-africanos (3) e a libaneses (2).

Face ao mês de Fevereiro do ano passado, em que totalizaram 103, o crescimento é de 39,8%. No acumulado dos primeiros dois meses do ano, foram atribuídos 209 vistos, dos quais 198 para a compra de imóveis, dez por transferência de capital, e um pela criação de postos de trabalho. O investimento em Janeiro e Fevereiro ascende a 128 milhões de euros.

O alargamento das áreas que garantem autorização de residência, como a reabilitação urbana, investigação científica ou a promoção de arte, em vigor desde Setembro do ano passado, ainda não atraiu investimentos.

A emissão de vistos gold caiu drasticamente desde Outubro de 2014, após a Operação Labirinto, que investigou uma alegada rede de corrupção neste domínio, e que levou à prisão de altos quadros do Estado e à demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que foi constituído arguído no processo que se encontra em fase instrutória.

Depois do escândalo de corrupção, o ritmo de aprovações abrandou drasticamente, gerando um elevado número pedidos pendentes, que superava os quatro mil no final de 2015.

No total do ano passado, a emissão de vistos caiu para cerca de metade, face a 2014, com o investimento a diminuir de 921 milhões de euros (2014) para 466 milhões de euros.

Desde o seu lançamento, em Outubro de 2012, foram atribuídos 2997 ARI, num investimento total de 1821 milhões de euros.

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