Anonymous declaram "guerra total" a Donald Trump

Grupo apela a que activistas na Internet ataquem a campanha e a marca do líder das primárias republicanas. Primeira ofensiva agendada para dia 1 de Abril.

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É a segunda vez que o grupo de activistas na Internet age contra Donald Trump. Jorge Dan Lopez/Reuters

Depois de um primeiro aviso em Dezembro, o grupo de activistas na Internet Anonymous declarou esta terça-feira aquilo que diz ser uma “guerra total” a Donald Trump, o líder nas primárias do Partido Republicano ao lugar de candidato à presidência norte-americana. Os activistas denunciam a retórica xenófoba, racista e misógina de Trump e anunciam que o primeiro ataque a sites ligados ao magnata do imobiliário acontecerá a 1 de Abril.

O grupo anunciou a operação através de um vídeo, como no passado fez em campanhas do mesmo género contra outros alvos, como o grupo Estado Islâmico, por exemplo, empresas multinacionais, organizações religiosas e agências governamentais. “Não representa nada a não ser a sua própria ganância pessoal e poder”, narra uma pessoa mascarada de Guy Fawkes, figura histórica no Reino Unido reapropriada pela cultura popular — e pelos Anonymous, em especial — como símbolo de combate à repressão política e económica.

Esta não é a primeira vez que os Anonymous agem contra Trump. Em Dezembro, reagindo à sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, o grupo ameaçou o candidato republicano e aconselhou-o a "pensar duas vezes antes de dizer alguma coisa”. Na sequência do vídeo de Dezembro, o site da Torre Trump em Manhattan ficou inacessível durante algumas horas. “Foi alertado, senhor Trump”, concluía o grupo no final do último ano. 

Os Anonymous dizem agora que o tempo dos alertas já passou e prometem deitar abaixo o site da Torre Trump em Chicago no dia 1 de Abril. Nesta mesma cidade, na última semana, um comício de Trump provocou cenas de pancadaria entre alguns dos seus apoiantes e um grupo de manifestantes, que protestava, tal como os activistas digitais, contra a mensagem de ódio de Trump. 

O grupo opera como um colectivo não hierarquizado de activistas que usam a Internet como local de protesto — “hacktivistas”, como se auto-intitulam, como referência à sua raiz de hackers. Protestam sobretudo contra organizações que tentam restringir o acesso à Internet, violações de direitos humanos e da liberdade de informação.

No rescaldo dos atentados de Novembro em Paris, o grupo anunciou uma campanha de denúncia de jihadistas nas redes sociais. Diferentes facções de activistas têm estratégias diferentes, mas o grupo provocou já o encerramento de milhares de contas de alegados apoiantes do Estado Islâmico — embora alguns jornalistas e órgãos de comunicação em língua árabe tenham sido também afectados, segundo escreve o New York Times.

A campanha de Dezembro contra Donald Trump esmoreceu, mas o grupo diz querer retomá-la agora a um nível diferente. Em paralelo ao vídeo divulgado esta terça-feira, o grupo revela dados pessoais de Trump, como o seu número de identificação na Segurança Social e contacto telefónico. Há uma semana, os Anonymous divulgaram várias mensagens deixadas por jornalistas no atendedor de chamadas do magnata. 

“Precisamos que encerrem os seus websites [de Trump], pesquisem e exponham aquilo que ele não quer que o público saiba”, diz a pessoa mascarada no vídeo desta terça-feira. “Precisamos que desmantelem a sua campanha e sabotem a sua marca. Encorajamos todas as pessoas capazes com um computador a participarem nesta operação.”

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