Cruz Vermelha a caminho de Madaya com ajuda humanitária

Cerca de 40.000 pessoas estão cercadas na cidade síria pelas forças do regime de Bashar al-Assad. Outras duas localidades, cercadas pelos rebeldes da oposição, também vão receber ajuda.

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A ajuda da Cruz Vermelha vai chegar também a duas cidades cercadas pelos rebeldes da oposição Khalil Ashawi/Reuters

A ajuda humanitária está a caminho de Madaya, uma cidade síria cercada por forças do regime de Bashar al-Assad e de onde as Nações Unidas dizem ter "relatos credíveis" de que muitos dos 40.000 habitantes estão em risco de morrer à fome. Os camiões da Cruz Vermelha levam comida e cuidados médicos a Madaya, perto da fronteira com o Líbano, e também a outras duas cidades no Norte, próximas da fronteira com a Turquia.

Ao contrário de Madaya, que está cercada há meses por forças do regime sírio, as cidades de Foua e Kefraya, na província de Idlib, sofrem com cercos dos rebeldes, entre os quais há grupos da oposição que lutaram contra Bashar al-Assad na chamada "Primavera Árabe", mas também grupos extremistas islâmicos.

Os camiões da Cruz Vermelha já saíram de Damasco e estão a dirigir-se às três cidades, segundo avançou a delegação síria da organização na sua conta no Twitter.

Segundo a agência Reuters, os primeiros camiões a sair foram os que têm como destino Foua e Kefraya, a cerca de 300 quilómetros da capital, no Noroeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia. A caravana com destino a Madaya saiu depois, para uma viagem de cerca de 40 quilómetros.

As Nações Unidas anunciaram na sexta-feira passada que o Governo sírio tinha concordado em aligeirar o cerco e deixar entrar a ajuda humanitária em Madaya, depois de terem surgido informações de que muitos habitantes da cidade estavam em risco de morrer à fome – a ONU diz ter a confirmação de que pelo menos um homem morreu, e foram postas a circular várias fotografias e vídeos com imagens de crianças subnutridas, embora não seja possível confirmar se alguma dessas imagens foi captada em Madaya nas últimas semanas.

Os cercos a cidades têm sido comuns ao longo da guerra na Síria, que começou em 2011 e já fez cerca de 250.000 mortos – para além de milhões de deslocados e refugiados.

As forças do regime de Bashar al-Assad têm imposto cercos a localidades controladas pelos rebeldes nas proximidades de Damasco, uma táctica adoptada também pelas forças da oposição mais recentemente – dois desses exemplos são Foua e Kefraya.

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