O Teatro Carlos Alberto, no Porto, é a partir deste dia 8 e até ao próximo sábado, 12, o "centro nevrálgico" da quarta edição do Family Film Project. O festival organizado pela coreógrafa Né Barros e pelo académico Filipe Martins pretende, desde o seu arranque em 2012, pensar as fronteiras entre público e privado, social e íntimo, numa abordagem transdisciplinar que se alarga este ano a exposições, conferências e publicações. 

Ao todo, serão exibidos ao longo dos cinco dias do Family Film Project 45 filmes, com a presença como convidadas especiais da realizadora italiana Alina Marazzi e da artista visual italiana radicada em Portugal Luciana Fina. Alina Marazzi virá apresentar um programa de dois filmes (exibição às 19h30 de dia 12) cujas formas balizam o seu trabalho: Un'Ora Sola Ti Vorrei (2002), prémio de melhor documentário no Festival de Turim, é uma montagem que parte de filmes familiares para compor o retrato da mãe da cineasta, prematuramente desaparecida; a ficção de 2012 Tutto Parla di Te, prémio de melhor realização no Festival de Roma, integra elementos documentais e filmes caseiros para abordar as ambivalências da maternidade. Já Luciana Fina faz duas propostas diferentes: a instalação Vue Portraits, patente durante o festival no foyer do Carlos Alberto, e a instalação Terceiro Andar, que pode ser vista no Espaço Mira até 8 de Janeiro.

Para lá das sessões normais (um total de dez programas exibidos entre dias 9 e 12), o Carlos Alberto recebe igualmente três filmes-instalação (Tomorrow the Sun Was Different, da checa Anna Kryvenko, Dark Harbor, do italiano Leonardo Moro, e In the Dreams of Others, da dupla americana Jennida Chase e Hassan Pitts) e a conferência Muros (dia 9, às 16h). O debate moderado por Né Barros com a presença do fotógrafo Daniel Blaufuks, do arquitecto João Mendes Ribeiro e do geógrafo Jorge Ricardo Pinto pretende explorar a figura do muro nas actuais políticas migratórias europeias. O programa completo pode ser consultado no site oficial www.familyfilmproject.com