Pelo menos 17 pessoas morreram e outras 45 podem estar desaparecidas devido ao deslizamento de terras provocado pelo rebentamento de uma barragem de resíduos de um complexo mineiro no estado de Minas Gerais, no Brasil.

Segundo a imprensa brasileira, o acidente aconteceu na quinta-feira e afectou sobretudo a localidade de Bento Rodrigues (entre Mariana e Ouro Preto), a 2,5 km da barragem e onde há um número indeterminado de casas soterradas.

Devido ao risco de novos deslizamentos de terras — que o jornal O Globo descreve como "uma enxurrada de lama" —, a população de Bento Rodrigues, perto de 600 pessoas, a maior parte trabalhadores do complexo mineiro, começou a ser retirada do local.

“Uma avalanche de lama destruiu casas, escola, igreja, posto de saúde e carros. Muitas famílias estão desalojadas e sem notícias de seus familiares. O resgate é difícil e somente com helicópteros é possível chegar às áreas destruídas”, relatou ao Estado de São Paulo o secretário de Saúde de Mariana, Juliano Duarte. “Muitos desabrigados estão alojados provisoriamente numa escola. É uma das cenas mais tristes que já vi.”

Segundo o Sindicato de Trabalhadores da Indústria de Extracção de Ferro e Metais Básicos de Mariana, estão desaparecidas entre 40 e 45 pessoas. Perto de cem ficaram feridas. O secretário da Defesa Social de Mariana, Brás Azevedo, qualificou a situação de “extremamente grave”.

O depósito de resíduos do complexo mineiro, misturado com água, é conhecido como Barragem do Fundão e pertence à empresa Samarco, estando localizado a 25 quilómetros da zona urbana de Mariana, uma das cidades históricas de Minas Gerais.

O acidente ocorreu cerca das 16h20 locais (18h20 em Lisboa) e, na manhã desta sexta-feira, os especialistas ainda não podiam avançar com uma causa para o acidente que é a maior tragédia ambiental do estado. O Ministério Público abriu um inquérito às condições de segurança da barragem e um dos pontos que está a verificar é se esta estava acima da sua capacidade de armazenamento.