Uma das figuras fundadoras do Novo Cinema Alemão mas também um dos mais importantes intelectuais públicos da Alemanha contemporânea, o cineasta e pensador Alexander Kluge é alvo de um ciclo a decorrer na Culturgest em Dezembro, por iniciativa do Goethe-Institut de Portugal. Cineasta da Alemanha, Cronista da História é o título do programa (comissariado pelo colaborador do PÚBLICO Augusto M. Seabra), a decorrer entre 9 e 16 de Dezembro, composto por duas dezenas de títulos daquele que foi um dos autores do Manifesto de Oberhausen, que, em 1962, lançou as bases para toda a geração de cineastas de Edgar Reitz, Rainer Werner Fassbinder, Werner Herzog, Volker Schlöndorff ou Wim Wenders. Kluge foi, aliás, um dos nomes que “respondeu à chamada” no filme-manifesto colectivo de 1978 Alemanha no Outono, exibido a semana passada no ciclo Terrorismo. Representação no Doclisboa.

Diferenciando-se dos seus contemporâneos pela dimensão ensaística, teórica, do seu cinema, e mantendo em paralelo uma aclamada carreira literária como ficcionista e ensaísta, Kluge continua aos 83 anos em actividade, produzindo regularmente curtas-metragens e video-ensaios. O ciclo da Culturgest, a decorrer no Pequeno Auditório, apresenta muitos filmes inéditos em Portugal. O programa abrange desde o seu primeiro filme em nome próprio, a curta de 1960 Brutalität in Stein co-realizada com Peter Schamoni, às dez horas do seu documentário-ensaio de 2008 Notícias da Antiguidade Ideológica: Marx, Eisenstein, O Capital, passando pela sua primeira longa-metragem, a ficção de 1966 Despedida de Ontem, ou pelo seu aclamado ensaio operático de 1983 A Força dos Sentimentos. O programa completo pode ser consultado nos sites do Goethe-Institut (http://www.goethe.de/ins/pt/lis/kul/mag/flm/pt14647158v.htm ) ou da Culturgest (http://www.culturgest.pt/arquivo/2015/12/alexander-kluge.html).