Construtora anuncia plano para tirar Mota-Engil África da bolsa de Amesterdão

Grupo Mota-Engil diz que a cotação das acções deixou de representar o justo valor da empresa.

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Gonçalo Moura Martins é o CEO do grupo Fernando Veludo/NFactos

O grupo Mota-Engil quer retirar a Mota-Engil África da bolsa de Amesterdão, segundo informação enviada este domingo ao regulador do mercado de capitais, a CMVM. De acordo com o comunicado, o grupo de construção diz que a “cotação das acções deixou de representar o justo valor da empresa”, sublinhando que “o nível de free float permanece limitado, com reduzidos níveis de liquidez e negociação.

Por isso, o grupo propõe a aprovação de um programa de recompra de acções, numa assembleia geral extraordinária da empresa que deverá realizar-se dia 23 de Novembro em Amesterdão. A oferta de aquisição, que será lançada pela própria Mota-Engil África, propõe aos investidores uma contrapartida de 6,1235 euros por cada acção.

Para esta operação, ao grupo explicou pretende “promover a realização de um aumento do capital social da Mota-Engil até um montante equivalente” ao que for aplicado pela Mota-Engil África para comprar as acções que não detém. O aumento de capital “implicará a emissão de novas acções da Mota-Engil com um preço de subscrição não inferior a 2,481” euros, acrescenta o grupo.  

A estratégia é facilitada por via do encaixe com os cerca de 13% dos títulos da Mota-Engil África que estão nas mãos da Mota Gestão e Participações (a holding do grupo domina outros 82%, ficando assim dispersos apenas cerca de 5%).  De acordo com o comunicado enviado à CMVM, a Mota Gestão e Participações vai alinhar no aumento de capital da holding, “predispondo-se a aplicar nessa subscrição um montante equivalente à receita que obtiver com a alienação das acções da Mota-Engil África”.

Inicialmente, o grupo de construção previa um aumento de capital para a Mota-Engil África, após a sua entrada em bolsa, mas tal nunca se verificou.

Em Setembro, o chairman do grupo Mota-Engil, António Mota, já tinha afirmado que a performance das acções da Mota-Engil África estava a ser “insatisfatória”, admitindo retirar a empresa de bolsa se não fosse encontrada uma solução para aumentar a sua liquidez.

Presente em nove mercados, com destaque para Angola (onde conta com a petrolífera Sonangol como accionista local), a Mota-Engil África tem tido forte peso nas contas do grupo. No entanto, as receitas realizadas no mercado africano caíram 32% no primeiro semestre.

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